O governador do Mississippi, Haley Barbour, afirmou nesta terça-feira que o número de mortos no Estado devido a passagem do furacão Katrina na região pode chegar a 80. "A devastação aqui é enorme", afirmou, em entrevista à rede de TV NBC. Até o momento, 55 pessoas foram encontradas mortas nessa região e também no Alabama.
Ao menos 30 pessoas morreram no Condado de Harrison (Mississippi), que inclui Gulfport e o balneário de Biloxi, onde um complexo de apartamentos desabou. Equipes de resgate dizem que mais pessoas mortas podem ser encontradas entre os escombros.
De acordo com jornais locais, outras 22 pessoas morreram no Estado do Mississippi devido a quedas de árvore e outros acidentes provocados pela tempestade. No Estado do Alabama, três pessoas morreram também ontem, em acidentes de trânsito.
Equipes de emergência tiveram que resgatar centenas de pessoas que ficaram presas nos telhados das suas casas em Nova Orleans (Louisiana), após a passagem do Katrina. A maior parte da cidade ficou alagada, e a água superava os três metros de altura em algumas áreas.
O furacão também deixou mais de um 1 milhão de pessoas nos Estados da Louisiana, Mississippi e Alabama sem energia elétrica e várias estradas ficaram submersas, devido às severas enchentes causadas pelas tempestades.
O Katrina foi forte o suficiente para já ser considerado como um dos que mais vai causar danos nos Estados Unidos. Especialistas em seguros dizem que os prejuízos podem ultrapassar os US$ 26 bilhões, o que pode fazer do Katrina um dos furacões "mais caros" que já passaram pelos EUA.
O furacão perdeu a força assim que atingiu a Louisiana, na manhã desta segunda-feira, por volta das 6h (8h desta segunda-feira, no horário de Brasília). Ao se aproximar do continente, estava na categoria 5 da escala Saffir-Simpson --sendo o mais perigoso e destruidor-- depois, baixou para a categoria 4, e no início da tarde de ontem, já chegava à categoria 2. Na noite desta segunda-feira, era considerado apenas uma tempestade tropical, com ventos superiores a 60 km/h.
Nova Orleans
A cidade de Nova Orleans --uma das primeiras a ser afetada pelo Katrina na manhã desta segunda-feira, sofreu com as enchentes, principalmente porque a falta de luz provocou a parada, em vários momentos, do sistema de bombeamento de água da cidade que fica dois metros abaixo do nível do mar.
A maioria dos diques conseguiu conter a água, mas um ficou danificado. Várias pessoas aguardaram por socorro no telhado de suas casas.
A força do Katrina também arrancou parte do telhado do Superdome --o gigantesco estádio de Nova Orleans, com capacidade para 77 mil pessoas-- onde cerca de 9.000 moradores locais se abrigaram da tempestade, causando pânico entre os abrigados.
Na região leste de Nova Orleans, ao menos 40 mil casas sofreram com enchentes.
"Tsunami"
No Alabama e no Mississippi as autoridades declararam a procura e resgate de mortos ou sobreviventes presos em escombros como "prioritários", mas ventos fortes e o mar, muito agitado, têm atrapalhado o trabalho das equipes de resgate.
No Mississippi, ruas e casas sofreram com enchentes, e a estrada que liga Biloxi a Gulfport também ficou sob as águas.
"Esse é o nosso tsunami", disse o prefeito A.J. Holloway, em entrevista ao jornal "Sun Herald", publicada nesta terça-feira, fazendo uma referência ao maremoto, provocado por um terremoto de 9 graus na escala Richter, que provocou a morte de 280 mil pessoas no sudeste da Ásia, em 26 de dezembro último.