
Mulher morre após cirurgia plástica “Brazilian butt lift” em Hialeah
Com os casos de mortes e ferimentos aumentando, os nomes de duas *clínicas investigadas no sul da Flórida foram alterados três vezes desde 2016 após os casos, segundo a investigação dos jornais. Mesmo acusado, um médico permanece como pessoa responsável: Dr. Ismael Labrador, 56 anos, que já foi suspenso do consultório por permitir que funcionários sem licença realizassem procedimentos estéticos. Nos últimos seis anos, o Departamento de Saúde da Flórida investigou uma média de seis mortes e ferimentos graves nas clínicas de Labrador. A agência acusou pelo menos dois médicos de negligência e notificou as instalações mais de 20 vezes por não manterem registros médicos adequados. Mas nada disso impediu que eles continuassem atuando e outros pacientes morressem. No entanto, mesmo com os riscos, os preços e as promoções atraem: US $ 3.500 para uma abdominoplastia, US $ 4.000 para o bumbum - metade do que os cirurgiões tradicionais cobram, levantou a investigação.
Operação "bumbum brasileiro" aumenta 135% nos EUA
Assim, impulsionada por estrelas e celebridades de TV, as operações estéticas são as que mais crescem no país. De 2012 a 2017, o número de cirurgias de elevação do bumbum teve um aumento gradual de 135% em todo o país, indo de 8. 654 em 2012 para 20. 301 em 2017, segundo levantamento da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica baseado em procedimentos relatados voluntariamente por cirurgiões certificados. Na maioria dos casos, o procedimento pode ser feito com segurança por médicos bem treinados. Mas é considerado o mais perigoso em cirurgia plástica, com uma taxa estimada de mortalidade de 1 em 3.000 operaçõesa, analisa a investigação. Usando um tubo longo e fino, os médicos sugam a gordura do abdômen, quadris ou coxas e injetam nas nádegas para aumentá-las. O risco surge quando os médicos injetam gordura no músculo - uma área que são alertados por especialistas para evitar - e dilaceram as veias. Lá, os vasos podem transportar a gordura para o coração e os pulmões, o que cria um bloqueio mortal conhecido como embolia.Advogados buscam esclarecimentos sobre morte de brasileira após cirurgia plástica em Boca Raton
A Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética salienta que as fatalidades ocorrem da junção de médicos despreparados, materiais sem conformidade com o exigido e o número além do indicado de cirurgias por dia que são de apenas quatro. Por isso, o órgão juntamente com organizações parceiras estabeleceram uma força-tarefa para investigar por que essas mortes estavam acontecendo e para alertar médicos e pacientes. Agora, a força-tarefa está recomendando que os cirurgiões plásticos só façam "bumbum brasileiro" injetando gordura abaixo em um local mais raso, logo abaixo da pele. Os pacientes podem não obter os mesmos resultados estéticos, mas a mudança quase certamente salvará vidas, alega o órgão.
Experiência de brasileira com a "bbl"
Apesar do alto número de mortes, há muita procura e operações bem sucedidas. Como da brasileira Camila Montanher, 30 anos, que fez lipoaspiração e a do "levanta bumbum" em julho do ano passado e conta que não teve problemas. "Fiz na Doctor Lipo em Miami com médicos colombianos e não tive nenhum problema. Só a recuperação que foi bem pior do que eu imaginava", relata. Pelo custo de $8 mil dólares, Montanher fez lipoaspiração na barriga, braços e pernas e completou com a brazilian butt lifts, popularmente conhecida como "bbl". A analista financeira detalhou ao Gazeta News como foi a operação e o período de recuperação. "Eu consultei o médico com a intenção de fazer lipo na barriga, braços e pernas. No final da consulta me ofereceram fazer o 'bbl' por $1,000 extra. O médico disse que ia ficar legal levantar o bumbum e bla bla bla. Aí eu concordei sem saber como seria a recuperação. A cirurgia demorou umas duas horas, eu tomei anestesia geral, tem gente que faz com a local. Eu não senti muita dor, mas qdo se faz o 'bbl' você não pode sentar e por pelo menos um mês só pode dormir com a barriga para baixo. Depois de um mês ele me deu alta para sentar, voltar para a academia, mas eu senti meu bumbum muito incômodo até o sexto mês, principalmente incomodava muito ficar muito tempo na mesma posição. Mas eles fizeram um pré operatório bem completo também que foi o que ajudou" explica. Para pessoas que sonham em fazer a cirurgia, a brasileira recomenda "que pesquisem bem o médico e jamais coloquem silicone ou algo parecido. A transferência de gordura para o bumbum é a mais segura", aponta. Sobre o medo da operação, Montanher diz que não teve porque pesquisou bastante sobre o médico e buscou opinião de pessoas que já tinham sido pacientes dele. "Eu seguia o Instagram desse médico há muito tempo e conheço várias pessoas que operaram com ele. Isso me deu mais certeza da escolha", relata.
Sucesso entre americanas e hispânicas
Acostumada a atender diariamente pacientes recém-operadas da cirurgia do "bumbum", a massoterapeuta Kelly Fry Dobes Oliveira relata que nunca teve algum caso que envolvesse morte de paciente, mas já teve pacientes com infecção e necrose no pós- operatório e que mesmo assim elas se sentiam felizes. "Esse tipo de cirurgia é sucesso entre americanas e hispânicas. Elas acham as brasileiras lindas e acham que todas as mulheres no Brasil têm 'corpão'. Nunca atendi uma brasileira", conta. Fisioterapeuta especialista em estética no Brasil há 20 anos e massoterapeuta licenciada pela Flórida, Oliveira diz que Miami tem uma demanda enorme desse tipo de operação. "95% das minhas pacientes fazem lá, aqui em Orlando são poucas, pelo menos que eu atendo", ressalta. A massoterapeuta explica sobre a importância do procedimento pós-operatório. "A drenagem linfática é para diminuir edema e dor e só é feita na região que fez a lipoaspiração. Na área enxertada, ou seja, no bumbum, não se pode fazer massagem para evitar que o corpo absorva a gordura injetada. Elas não podem sentar diretamente na área enxertada, esse é o maior desconforto dessa cirurgia, o tempo varia de 1 a 3 meses e existe um travesseiro próprio que eles utilizam para sentar, mas todas dizem ser muito desconfortável", completa. *As clínicas citadas pelos jornais como as de maior número de mortes de pacientes e alvos constantes de investigações atendem atualmente pelo nome de Jolie Plastic Surgery. Em 2014 era conhecida como Vanity Cosmetic Surgery e a outra clínica em Hialeah tinha o nome de Encore Plastic Surgery em 2015, que hoje também atende pelo nome de Jolie. Leia mais sobre o assunto emBrasileira morre depois de fazer cirurgia plástica na Flórida
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