Marque já sua consulta com ?O Analista de Bagé?

Por Gazeta Admininstrator

Barbaridade, tchê! Tudo pode acontecer no divã do analista de Bagé... E é isso que pode esperar o público da Flórida dia 25 e New Jersey dia 27 que vai assistir, pela primeira vez nos Estados Unidos, a peça teatral inspirada no sucesso literário do escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo.
O espetáculo, que já rendeu várias adaptações diferentes, foi aplaudido por mais de 1,5 milhões de pessoas e representado nos palcos de todo o Brasil, levando a irreverência e a genialidade de Veríssimo e do ator carioca Cláudio Cunha, que encarna um gaúcho de bombachas há 25 anos para interpretar o perso-nagem. “É a primeira vez que saio do Brasil e estou muito feliz por isso”, conta Cláudio.
Ele e a atriz Thatiana Pagung, musa do carnaval carioca, embarcam direto para Miami no final de agosto para viver o analista “freudiano” e a sua recepcionista Lin-daura nos palcos de Miami, Flórida.
Mas a terapia, na verdade se baseia em outro fundamento: no riso. Principalmente quando se ri das peripécias de um homem do campo que, com sua simplicidade rústica, encontra as mais irreverentes soluções para as angústias da vida mo-derna.
Ah, com mais um detalhe: o tipo não é, em hipótese alguma, uma figura comum, mas uma personagem pródiga em bom humor e presença de espírito.

Freud de bombacha e chimarrão

Originário do interior do Rio Grande do Sul, da cidade de Bagé – portanto, macho mesmo com M maiúsculo – o analista começa o espetáculo recebendo o público para uma grande terapia.
Por meio das peripécias desse “Freud de bombachas e chimarrão”, emolduradas por músicas da dupla Zé Rodrix e Migual Paiva e acompanhada de Lin-daura, é estabelecida a cumplicidade e a interatividade da peça, que conta com o público para dar as diretrizes.

Interatividade

Em meio a tudo isso, o público fica convidado a participar voluntariamente - ou não. Alguns “mártires” são levados ao palco onde o “Freud dos Pampas” dá um show de análise. Freudiano uma barbaridade (!), o analista defende suas teses pouco ortodoxas. Também, com soluções simples, garante resolver todos os causos e ainda mostrar saídas para os problemas emocionais. “É o homem do campo diante da modernidade, gozando das coisas que as pessoas inventam para complicar a própria vida”, diz o ator sobre o personagem.
Nos pacientes masculinos, por exemplo, depressivos e angustiados, aplica um joelhaço bem “ali”, onde “tudo começa e tudo se resolve”. Para as mulheres, demonstra mais trato, embora a falta de sutileza continue a mesma. “Carência afetiva é falta de bageense”, dispara.
Quem já conferiu a montagem – e olha que o espetáculo, nestes 25 anos, já beira os 2 milhões de espectadores – garante que o espetáculo acaba se transformando numa grande brincadeira entre artistas e platéia, onde o riso é a melhor terapia.
Em algumas apresentações, o analista já prometeu até se candidatar para cargos políticos já que possui soluções e resposta para todos os problemas nacionais. Sob o slogan que “o Brasil só vai dar pé com o analista de Bagé”, ele promete, inclusive, uma nova moeda: “o pau”.

Produzida para rir e se divertir

O ator carioca Cláudio Cunha estreou no palco em 1969, com a peça a irmandade dos Maridos Puros. Seu primeiro filme foi “As mulheres Amam por Conveniência”, de Roberto Mauro. Depois disso, já participou de várias produções cinematográficas.
Entre as suas mais bem-sucedidas parcerias, estão nomes como Benedito Ruy Barbosa, Sílvio de Abreu e Carlos Reichenbach.
Para ele, muitas vezes confundido com o próprio analista de Bagé, o personagem acabou se transformando no seu veículo de humor, como foi Carlitos para Charlie Chaplin. “Depois de tantos anos fazendo o personagem, bem que eu gostaria de ser o Analista de Bagé, um bom vivant. Já o Claudio Cunha tem que dar duro. Fazer rir é coisa séria. Colocar gente no teatro mais sério ainda”, diz, com um pouco mais de realidade.
Na peça, Cláudio é o faz tudo: produtor, diretor e adaptador. Ele considera a versão atual da peça mais engraçada, dada a sua irreverência e interação com a platéia. “O personagem é o homem do campo diante da modernidade, gozando as burrices humanas. Ele mesmo não tem complicação alguma”, brinca. Nesse contexto, o personagem é para Cláudio como se fosse um herói de história em quadrinhos, sempre diante de novas aventuras e desafios que o público oferece.
Ao longo desses 25 anos de espetáculo, ao lado dele, já estiveram catorze atrizes, entre elas Edna Velho, Cissa Guimarães, Simone Carvalho, Aldine Muller, Rita Guedes, Monica Carvalho, Melissa Mell, Luciana Sargentelli, Paola Rodrigues, além de Thatiana Pagung, sua atual companheira de palco.