Jana – O que te chamou a atenção nesse projeto?
Mark Hawker –
Eu recebi um telefonema de um dos produtores e ela me enviou o roteiro. Depois de ler o roteiro e todo o conceito do filme – de não haver diálogo -, eu fiquei pensando que "eu tenho para fazer este filme ". E então, quando comecei a estudar mais o roteiro eu vi que tinha vários aspectos interessantes como o a criatura, o milho, o silêncio...Jana - Como foi trabalhar com John Krasinski?
Mark –
Foi bem legal! John é apaixonado pelo o que faz. Foi como se esse projeto fosse o bebê dele. Eu estava terminando outro filme quando eu comecei este, mas eu não tinha como recusar quando John começou a falar sobre o quanto o filme significava para ele. Foi viciante, ele falando sobre o filme e como ele queria fazer isso. Eu trabalharia com ele a qualquer momento de novo. Ele sabe o que quer, e se você for até ele com uma ideia ou um pensamento, você consegue falar com ele sobre a ideia, ele é bem aberto as sugestões.Jana - Quanto do filme foi feito com efeitos práticos em vez de digitais?
Mark –
Muitos! Os efeitos práticos foram quase que em todo o filme, por causa do orçamento. John queria fazer o máximo possível no set de filmagens em frente as câmeras, pois os atores teriam uma reação de verdade.Jana – Mas isso envolveu a construção de uma versão física das criaturas como referência?
Mark –
Não! Mas tudo que as criaturas faziam, acontecia de verdade no set de filmagens. Quando a criatura está atacando a caminhonete, na verdade estamos fazendo-a mexer, quebramos as janelas, e tudo mais. A criatura era inserida na finalização.Jana - Qual foi o efeito mais complicado?
Mark –
O milho onde as crianças estão dentro do silo de milho. Passamos muito tempo pesquisando e testando, porque precisávamos criar algo seguro para as crianças. Nós tivemos que usar milho de verdade porque as cenas eram fechadas e para parecer bem real. Eles caem no milho, afundam, vão para baixo, e se movem, então o equipamento de segurança que tivemos que construir para eles, foi bem complicado. Foram necessárias quatro pessoas para ajudar a operá-lo. Esse foi o maior desafio - mantê-los seguros e fazer com que ficasse boa a cena. Mas o resultado final foi incrível. Em toda essa sequência, quase não há efeitos visuais. Nós construímos o equipamento - é como uma membrana de balão de látex.Jana –Você já trabalhou em alguns dos filmes mais caros já realizados. Como foi trabalhar nesse projeto com um orçamento mais baixo?
Mark –
Você acaba voltando ao passado, a fazer como era feito antigamente, como puxar com fios. Tem que ser mais criativo e ajustar ao orçamento menor. Na cena da inundação, teria sido em uma escala muito maior se o orçamento fosse maior. Normalmente para uma cena assim, se constrói uma grande parede ao redor e então você inunda todo o quarto e depois a área ao redor do cenário. Mas nós não tínhamos nem espaço e nem tempo, então eu tive a ideia de incorporar as paredes, deixá-las somente para reter a água lá mesmo. Normalmente, as paredes estariam muito mais para trás e toda a equipe estaria dentro desse ‘tanque’; nesse caso, apenas Emily e um dublê estavam dentro e o restante do pessoal estava do lado de fora.