Maio é o mês nacional de prevenção a afogamentos

Por Marisa Arruda Barbosa

mayara e mabel 4
Aulas de natação, ao lado de supervisão constante, são a melhor forma de prevenir afogamentos. Com o início do mês de maio a temperatura começa a ficar perfeita no sul da Flórida. Os dias quentes e ensolarados pedem um refrescante banho de mar ou piscina. Com isso o cuidado precisa ser redobrado com a combinação crianças e água. O afogamento é a principal causa de mortes acidentais de crianças com idades entre 1 e 4 anos em todo o país. Por isso maio é considerado o Mês Nacional de Prevenção a Afogamentos. A Flórida é o estado que mais perde crianças com menos de cinco anos vítimas de afogamento no país. Dentre os estados com casos acima de 20 mortes por afogamento de crianças de 0 a 14 anos, a Flórida liderou com 51 mortes registradas em 2017, um aumento de 20% em relação a 2016, quando houve 40 afogamentos fatais no estado. Em 80% desses casos, as vítimas fatais eram crianças com menos de 5 anos. Depois da Flórida, os estados com mais mortes por afogamento no ano passado foram: Texas e Arizona, ambos com 25 casos, a Califórnia, com 20 e a Geórgia, com 12. Em todo o país houve 269 afogamentos fatais de crianças com menos de 15 anos em uma piscina ou SPA, de acordo com dados do USA Swimming Foundation. Natação: um aprendizado a longo prazo Mayara Montecchiari, que vive em Coral Springsm resolveu colocar a filha, Mabel, na aula de natação aos 5 meses de idade. “Achamos importante colocá-la na natação tão cedo por vários motivos. Sempre ouvi que era positivo para o bebê e pelo fato de haver tantas piscinas aqui, apesar de saber que se eu parar agora ela irá esquecer tudo rapidamente”, disse Mayara, que começou no programa Baby and Me na escola Aqua Champs, em Fort Lauderdale. Nesse programa, a mãe participa das aulas junto com o bebê. Recentemente, Mabel, que está com 17 meses, passou a fazer aulas sem a companhia da mãe, duas vezes por semana. “Como ela não vai à escola, escolhemos essa atividade para ela, que tem sido muito positiva. Pagamos $20 dólares por aula”. Mas Mayara sabe que nada substitui a supervisão dos bebês sempre que estiverem perto da água. “O aprendizado é um processo lento. Ela ainda não tem essa noção de sobrevivência. O foco sempre foi que ela chegasse à borda da piscina. Há mais ou menos um mês ela começou a se segurar sozinha na borda, mas vejo que ela ainda não tem ainda o entendimento que ali ela estará segura”. Existem centenas de locais com aulas de natação para criança em todo o sul da Flórida e diversos métodos. Alguns programas de curto prazo prometem ensinar formas de sobrevivência na água em poucas semanas. Mas Patrícia Daniel acredita em um programa mais a longo prazo.Quando seu filho Nicholas, hoje com 10 anos, tinha 18 meses, ela o colocou para fazer aulas de natação no YMCA em Orlando. “Era um programa de prevenção de afogamento, no qual eles ensinam a criança a boiar e ir até a borda da piscina até chegar ajuda, em caso de queda acidental. Depois de sair a piscina a criança ficava deitada de lado até sair toda a água que ela engoliu. Havia todo um sistema bem legal e explicado para os pais. O Nicholas adorava a professora, mas cada vez que colocávamos nele o shorts de piscina ele chorava e gritava”, relatou Patrícia. “Achei o sistema interessante, mas achei estressante para a criança e sinceramente, não acredito que se uma criança tão nova caia na piscina ela irá sobreviver, infelizmente. Todo o ano teríamos que voltar e treinar a criança novamente, então achei todo esse stress meio desnecessário”. Por isso, Patrícia decidiu que com sua filha mais nova, Beatriz, de 1 ano, a solução será colocá-la em um programa a longo prazo. “Acho muito importante colocar crianças na natação desde cedo por causa da quantidade de casos de afogamento e por ser muito saudável para o desenvolvimento”, disse Patrícia, que é pedagoga e trabalhou por anos como educadora infantil. “Mas quero colocar num sistema mais tranqüilo. O foco é nunca desgrudar das crianças quando estamos perto da água”. Dicas de proteção de crianças perto da água (por Marlene Bloom, fundadora do Baby Otter Swim School): • Supervisão é a camada nº 1 de proteção • Sempre tenha um telefone confiável por perto para ligar para o 911. • Se o cabelo ou a roupa de uma criança ficar presa no dreno, nunca tente puxá-los para fora, desligue imediatamente a bomba da piscina. Saiba onde está a sua bomba de piscina e como funciona. • Retire os brinquedos da piscina depois de terminar de nadar (os brinquedos funcionam como um ímã para as crianças). • Certifique-se de que as cercas da piscina estão travadas e coloque alarmes em todas as portas que levam à piscina. • Se uma criança desaparece, o primeiro lugar a olhar é na piscina. • Aprenda como fazer CPR. • Ensine seus filhos a nadar em idade precoce. Programas de aulas de natação e eventos grátis: Summer Safety Splash - Miami realizará o 10o “Summer Safety Splash”, no dia 20 de maio no Haulover Beach Park, onde especialistas, juntamente com o Trauma Service Department do Nicklaus Children’s Hospital, proverão freqüentadores da praia com aulas de natação, dicas de segurança na água para crianças, etc. SWIM Central – o SWIM Central instrui e conscientiza através de aulas sobre a segurança para atividades em água no condado de Broward. As aulas de natação básicas são grátis para crianças e oferece 10 aulas grátis de 30 minutos ao longo de duas semanas. Para mais informações visite: www.watersmartbroward.org/swim-instruction/swim-coupon/ Big Splash 1,2,3 – Em 2015, o Harry T. Manguarian Jr. Foundation doou $500 mil dólares destinados a aulas de natação, no condado de Broward, para os próximos três anos, preferencialmente para crianças com nove anos ou menos, e que estejam em programas escolares com refeição grátis ou a preços reduzidos, para não deixar crianças menos favorecidas vulneráveis a afogamentos. Para mais informações, ligue para (954) 797-3816 ou envie um e-mail para BigSplash@RedCross.org.