O furacão Katrina recuou neste sábado para o golfo do México, de onde deve partir com mais força para o oeste, na direção da costa dos Estados da Louisiana (podendo atingir a cidade de Nova Orleans, no sul do Estado) e do Mississippi na segunda-feira (30).
As projeções do NHC (National Hurricane Center) mostram que o Katrina deve chegar à divisa entre os Estados do Mississippi e da Louisiana na segunda-feira à tarde, ou mesmo à noite. A cidade de Nova Orleans, assim, ficaria perto do centro do furacão.
O Katrina chegou ao sudeste do Estado da Flórida na quinta-feira, com ventos de 150 km/h, deixando sete mortos, além de danos materiais, inundações e blecautes em 1,5 milhão de casas e pontos comerciais. Os danos materiais provocados pelo furacão podem chegar a US$ 2 bilhões, segundo estimativas inicias de empresas americanas de gerenciamento de risco.
O diretor do NHC, Max Mayfield, disse ontem que o Katrina deve chegar à categoria 4 de intensidade na escala Saffir-Simpson, chegando a ventos de 211 a 250 km/h e capaz de causar danos extremos. O furacão hoje está na categoria três, de ventos de 179 a 209 km/h.
"Não vejo como esse [furacão] não possa chegar a se tornar um furacão muito, muito poderoso antes que acabe", disse Mayfield. "Há ainda três dias antes da chegada à terra (...) Todos no sudeste da Louisiana até Flórida Panhandle [norte da Flórida] precisam ficar muito atentos."
O governador do Estado do Mississippi, Haley Barbour, e a governadora do Estado da Louisiana, Kathleen Blanco declararam ontem estado de emergência devido à possibilidade de chegada do Katrina.
O diretor da Agência de gerenciamento de Emergências do Mississippi, Robert Latham, disse que a retirada dos turistas da região litorânea do Estado deve começar hoje. A retirada dos moradores da região deve começar amanhã. A Guarda Nacional já foi acionada para ajudar com os preparativos para enfrentar o furacão.
A última vez em que um furacão de categoria 4 atingiu os Estados do Mississippi e da Louisiana foi em agosto de 1969, quando o furacão Camille chegou à região, com ventos de 246 km/h, deixando 256 mortos. Desde então apenas outros três furacões de categorias 4 e 5 atingiram os EUA --o Charley, no ano passado; o Andrew, que atingiu a Flórida em 1992; e o Hugo, que atingiu os Estados das Carolinas do Norte e do Sul, em 1989.
Companhias de petróleo
Seis companhias petrolíferas no golfo do México já retiraram cerca de 150 pessoas de suas unidades. As plataformas continuam a operar, mas os funcionários "não-essenciais" já foram retirados.
Duas empresas --Newfield Exploration e Murphy Exploration -- disseram que devem interromper a produção e fechar algumas de suas unidades produtoras na região hoje.
Ontem, a Força Aérea americana começou a retirar aeronaves de duas de suas bases na região de Flórida Panhandle.
O governador da Flórida, Jeb Bush, pediu ontem à Casa Branca que declare os condados de Miami-Dade e Broward, ambos no sul da Flórida, como área de desastres federal. Grupos dos governos estadual e federal estão na região para avaliar os estragos.
A decisão do governo federal em declarar a região área de desastres pode sair ainda hoje, segundo o porta-voz da Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida, Mike Stone.