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Johnson & Johnson inicia maior teste de vacina contra a covid-19 no mundo
A farmacêutica Johnson & Johnson anunciou nesta quarta-feira, 23, que iniciou a fase final de testes de sua vacina contra o novo coronavírus. Os testes serão feitos com cerca de 60 mil pessoas nos Estados Unidos, Brasil e África do Sul, entre outros países, e terá apenas uma dose. A ideia da companhia é ter resultados dos testes já no começo do próximo ano — se forem positivos, podem levar a uma autorização emergencial dos governos ao redor do mundo. Resultados preliminares da última fase, no entanto, não devem ser esperados pelos próximos dois meses. Os testes acontecem após um estudo prévio que mostrou “resultados promissores” em relação à proteção americana e a J&J afirma que apenas uma dose dela pode proteger as pessoas da covid-19. Uma versão da vacina com duas doses será testada, provavelmente, no Reino Unido. A vacina da Johnson & Johnson (em parceria com a farmacêutica belga Janssen Pharmaceuticals) utiliza um adenovírus (que causa a gripe comum) modificado a fim de induzir o sistema imune humano a se proteger contra o SARS-CoV-2. Segundo as empresas, a proteção será “produzida em larga escala” e até 1 bilhão de doses serão produzidas e distribuídas mundialmente em 2021, após uma eventual aprovação. Nos Estados Unidos, ela é a quarta a chegar na última fase de testes clínicos necessários em humanos para confirmar que uma vacina é segura, depois da também americana Pfizer, da Moderna e da anglo-sueca AstraZeneca. Por lá, os testes já começaram na segunda-feira, 21. Além de ter o lado positivo de ser administrada em apenas uma dose, a vacina da Johnson & Johnson também é mais fácil de armazenar, uma vez que precisa de apenas uma geladeira comum para isso, enquanto a vacina da Pfizer, em comparação, precisa ser armazenada a 34,4 graus Celsius negativos. Quão eficaz uma vacina precisa ser? Segundo uma pesquisa publicada no jornal científico American Journal of Preventive Medicine uma vacina precisa ter 80% de eficácia para colocar um ponto final à pandemia. Para evitar que outras aconteçam, a prevenção precisa ser 70% eficaz. Uma vacina com uma taxa de eficácia menor, de 60% a 80% pode, inclusive, reduzir a necessidade por outras medidas para evitar a transmissão do vírus, como o distanciamento social. Mas não é tão simples assim. Isso porque a eficácia de uma vacina é diretamente proporcional a quantidade de pessoas que a tomam, ou seja, se 75% da população for vacinada, a proteção precisa ser 70% capaz de prevenir uma infecção para evitar futuras pandemias e 80% eficaz para acabar com o surto de uma doença. As perspectivas mudam se apenas 60% das pessoas receberem a vacinação, e a eficácia precisa ser de 100% para conseguir acabar com uma pandemia que já estiver acontecendo — como a da covid-19. Isso indica que a vida pode não voltar ao “normal” assim que, finalmente, uma vacina passar por todas as fases de testes clínicos e for aprovada e pode demorar até que 75% da população mundial esteja vacinada. Tipos de vacina disponíveis Alguns tipos de vacinas têm sido testados para a luta contra o vírus. Uma delas é a de vírus inativado, que consiste em uma fabricação menos forte em termos de resposta imunológica, uma vez que nosso sistema imune responde melhor ao vírus ativo. Por isso, vacinas do tipo tem um tempo de duração um pouco menor do que o restante e, geralmente, uma pessoa que recebe essa proteção precisa de outras doses para se tornar realmente imune às doenças. É o caso da Vacina Tríplice (DPT), contra difteria, coqueluche e tétano. A vacina da Sinovac, por exemplo, segue esse padrão. Outro tipo de vacina é a de Oxford, feita com base em adenovírus de chimpanzés (grupo de vírus que causam problemas respiratórios), e contendo espículas do novo coronavírus. Com informações da BBC.