Projetado para abrigar até 600 pessoas, o local chegou a receber quase 1.700 presos, segundo relatos
Com o aumento das prisões de imigrantes sob o governo Trump, o centro de detenção Krome, em Miami, está superlotado e enfrenta graves denúncias de abuso. Projetado para abrigar até 600 pessoas, o local chegou a receber quase 1.700 presos, segundo relatos de funcionários que temem se manifestar publicamente.
As denúncias incluem falta de água e comida, condições insalubres, negligência médica e até a presença de mulheres em um centro exclusivamente masculino — o que pode violar leis federais. Enquanto isso, o governo fechou três escritórios de supervisão do Departamento de Segurança Interna responsáveis por investigar esses abusos.
Com as detenções de imigrantes batendo 48 mil em março (aumento de 21% em relação ao governo anterior), o ICE publicou um edital para expandir sua capacidade para até 100 mil leitos, incluindo o uso de bases militares. Imagens vazadas mostram homens dormindo no chão, e detentos relatam fome, privação de banho e más condições sanitárias. Desde o retorno de Trump à presidência, três detentos já morreram sob custódia, dois deles em Krome.
Um dos casos mais chocantes foi o de Maksym Chernyak, ucraniano refugiado que morreu após não receber tratamento adequado para pressão alta. Segundo sua esposa, ele era saudável antes da detenção, mas sofreu negligência e falta de comunicação por barreiras linguísticas. O ICE afirma que revisa operações para manter padrões de dignidade, mas não comentou as denúncias específicas.
Fonte: ABC