Um homem venezuelano de 32 anos foi deportado para El Salvador após, segundo relatos, ter feito uma curva errada enquanto entregava comida em janeiro, acabando por cruzar acidentalmente a ponte Ambassador, que liga os Estados Unidos ao Canadá.
De acordo com o New York Times, Ricardo Prada Vásquez foi detido em 15 de janeiro ao tentar reentrar nos EUA pelo túnel Detroit-Windsor e foi levado sob custódia por autoridades americanas.
"Estamos preocupados, porque mais uma vez uma simples curva errada na fronteira não deveria significar o desaparecimento de alguém", disse Christine Sauve, gerente de comunicação e políticas do Michigan Immigrant Rights Center.
Na última terça-feira, o Departamento de Segurança Interna (DHS) confirmou pelas redes sociais que Vásquez foi enviado a El Salvador em 15 de março. O órgão também negou a afirmação do Times de que ele não constava na lista de pessoas enviadas a uma prisão local. Segundo o DHS, Vásquez era membro de uma organização criminosa chamada Tren de Aragua e teria entrado nos EUA pelo posto de Brownsville, no Texas, em 29 de novembro de 2024.
Especialistas em direitos de imigrantes, como Sauve, expressaram preocupação com este e outros casos em que pessoas são deportadas sem o devido processo legal. “Estamos vendo detenções prolongadas que não deveriam acontecer, sem fiscalização ou instâncias responsáveis por investigar. Todas as pessoas nos Estados Unidos, independente do status migratório, têm direito ao devido processo legal”, afirmou.
O Michigan Immigrant Rights Center, a ACLU e a deputada Rashida Tlaib realizarão uma coletiva de imprensa na quinta-feira, às 9h30, para discutir detenções e desaparecimentos de imigrantes sob custódia na fronteira entre os EUA e o Canadá.
No mês passado, uma mãe guatemalteca sem documentos também foi detida após, supostamente, fazer o mesmo caminho errado na ponte Ambassador. Segundo seu advogado, ela foi imediatamente detida pelas autoridades, junto com suas duas filhas, ao chegar ao posto de segurança.
Fonte: CBS