A cidade de Doral, na Flórida, aprovou um acordo com o ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) para permitir que a polícia local participe de ações de fiscalização de imigração por meio do programa federal 287(g), que autoriza agentes estaduais e locais a atuarem como agentes migratórios.
A votação aconteceu após um debate tenso entre membros do conselho e autoridades policiais. O chefe de polícia de Doral, Edwin Lopez, afirmou que seus agentes não têm como foco abordar cidadãos sobre status migratório e ressaltou que não houve ainda nenhuma comunicação direta com o ICE sobre os próximos passos.
A prefeita Christi Fraga disse que a medida foi tomada para cumprir a lei, mas garantiu que os policiais não se transformarão em agentes do ICE. Ela explicou que haverá treinamento específico para que os agentes saibam como agir em eventuais situações envolvendo imigração.
A vice-prefeita Maureen Porras reforçou que a cidade precisava aderir ao programa por orientação jurídica e para seguir normas estaduais e federais. A pressão vem do governador Ron DeSantis, que quer ver todos os órgãos de segurança da Flórida integrados às políticas de deportação da administração Trump.
No entanto, comunidades imigrantes estão preocupadas com os impactos dessa parceria, especialmente os venezuelanos, que correm risco de perder o Status de Proteção Temporária (TPS). Ativistas e líderes comunitários alertam que a medida pode gerar medo e insegurança entre moradores que vivem legalmente, mas ainda aguardam regularização.
Com essa decisão, Doral se junta a mais de 100 cidades da Flórida com acordos semelhantes, incluindo Coral Gables, Hialeah e Miami Springs. Estudantes da Florida International University, cuja polícia também aderiu ao 287(g), expressaram preocupação com o futuro de colegas e familiares imigrantes.
Fonte: WSVN