Mohsen Mahdawi, estudante da Universidade de Columbia e residente legal nos EUA, foi preso nesta segunda-feira (14) por agentes do Departamento de Segurança Interna (DHS) após comparecer a uma entrevista de naturalização em Vermont, segundo seus advogados.
Mahdawi cofundou, junto com Mahmoud Khalil, a organização estudantil União dos Estudantes Palestinos na universidade. Segundo uma petição de habeas corpus obtida pela ABC News, ele é conhecido por criticar publicamente as ações militares de Israel em Gaza e por sua atuação em protestos no campus até março de 2024. Desde então, se afastou da organização direta dos atos.
A Justiça Federal emitiu uma ordem temporária impedindo que Mahdawi seja removido do estado de Vermont enquanto o caso segue em análise. Seus advogados alegam que a prisão é ilegal e viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, acusando o governo de usar a lei para retaliar estrangeiros que se manifestam em apoio à Palestina.
Natural de um campo de refugiados na Cisjordânia, Mahdawi vive nos EUA desde 2014 e tem residência legal há 10 anos. Ele deve se formar na Columbia no próximo mês. Em 2023, chegou a relatar em uma entrevista ao programa "60 Minutes" que, ainda criança, presenciou a morte de seu melhor amigo por um soldado israelense.
Seus advogados temem que ele seja deportado com base em uma cláusula da Lei de Imigração que permite ao governo expulsar qualquer estrangeiro cuja presença seja considerada prejudicial à política externa dos EUA — a mesma base legal usada para tentar deportar Mahmoud Khalil, que também foi preso após liderar protestos na universidade.
Khalil, residente legal e casado com uma cidadã americana, foi detido em março em sua moradia universitária. O Departamento de Estado, por meio de um memorando assinado pelo secretário Marco Rubio, justificou sua deportação afirmando que ele teria incentivado protestos antissemitas e criado um ambiente hostil para estudantes judeus. Na sexta-feira, um juiz de imigração autorizou sua deportação.
Fonte: ABC