Migrantes que entraram nos EUA pelo programa CBP One, lançado durante a administração Biden, perderam seu status legal e foram orientados a deixar o país "imediatamente", informaram autoridades na segunda-feira (7). Não está claro quantos migrantes serão afetados. Desde janeiro de 2023, mais de 900.000 pessoas foram autorizadas a entrar nos EUA usando o aplicativo CBP One, e geralmente receberam permissão para permanecer por dois anos, com autorização para trabalhar, sob uma medida presidencial chamada "parole" (permissão temporária).
"O cancelamento dessas permissões cumpre a promessa feita ao povo americano de garantir a segurança nas fronteiras e proteger a segurança nacional", afirmou o Departamento de Segurança Interna (DHS) em resposta a perguntas. As autoridades confirmaram que as notificações de revogação foram enviadas aos beneficiários do CBP One, mas não especificaram quantos. Eles foram orientados a se deportar voluntariamente, utilizando o próprio aplicativo, que agora se chama CBP Home.
O DHS enviou um e-mail a uma família hondurenha que entrou nos EUA no final do ano passado dizendo: "É hora de abandonar os Estados Unidos". Outros migrantes compartilharam o mesmo e-mail nas redes sociais. Organizações como o Al Otro Lado, que oferece assistência jurídica, disseram que alguns dos que receberam a revogação vêm de Honduras, El Salvador e México.
O CBP One foi uma peça chave na estratégia da administração Biden para criar e expandir caminhos legais para a entrada nos EUA, com o objetivo de reduzir as travessias ilegais nas fronteiras. Até dezembro, 936.500 pessoas haviam entrado com o CBP One nas fronteiras com o México. No entanto, o presidente Trump encerrou o programa no seu primeiro dia de governo, deixando milhares de pessoas em espera no México.
A administração Trump também tem revogado o status temporário de muitos que se beneficiaram das políticas de Biden. O DHS afirmou que o uso do "parole" pelo presidente Biden – mais do que qualquer outro presidente desde a criação da medida, em 1952 – "agravou a pior crise de fronteira na história dos EUA".
O DHS também anunciou no mês passado a revogação de outro tipo de "parole" para 532.000 pessoas de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, que haviam chegado ao país com patrocinadores financeiros. Esse processo será concluído até o dia 24 de abril. A administração Trump também anunciou o fim do Status de Proteção Temporária (TPS) para 600.000 venezuelanos e cerca de 500.000 haitianos, embora um juiz federal tenha suspendido temporariamente a decisão, incluindo para aproximadamente 350.000 venezuelanos que perderiam o TPS nesta segunda-feira.
Fonte: CBS