Nova York vai encerrar polêmico programa de cartões de débito para migrantes
Os cartões são fornecidos pela empresa Mobility Capital Finance por meio de um contrato sem licitação
A cidade de Nova York vai encerrar seu polêmico programa de cartões de débito para migrantes.
No programa piloto, migrantes hospedados em hotéis financiados pela cidade recebiam cartões pré-pagos para comprar alimentos e outras necessidades. A cidade gastou US$ 3,6 milhões com cartões de débito para cerca de 2.600 famílias de migrantes que estavam em abrigos sem acesso a cozinha.
Em um comunicado na quinta-feira (7), um porta-voz da Prefeitura afirmou:
“Em mais de dois anos, cuidamos de mais de 222.000 migrantes, economizando US$ 2 bilhões em custos relacionados aos solicitantes de asilo. Graças aos nossos esforços de reassentamento, gerenciamento intensivo de casos e ao Centro de Assistência de Solicitação de Asilo, que é líder nacional, mais de 160.000 migrantes deixaram o sistema de abrigos e deram seus próximos passos em direção à autossuficiência."
As famílias de migrantes inscritas no programa continuarão a receber os cartões de débito até o final do ano.
O escritório do prefeito Eric Adams afirma que, quando o programa terminar, os migrantes voltarão a receber refeições embaladas, como antes.
"Estou preocupado com essas famílias, porque vamos voltar exatamente à situação inicial, quando as famílias vinham até mim e diziam: 'Estou recebendo refeições congeladas nos abrigos, estou recebendo essas refeições embaladas com apenas biscoitos e sanduíches, e isso é tudo o que estou recebendo'", afirmou Power Malu, defensor dos migrantes.
Os cartões de débito são fornecidos pela empresa Mobility Capital Finance por meio de um contrato sem licitação.
O programa piloto distribuiu cartões de débito para famílias de migrantes hospedadas em hotéis financiados pela cidade, permitindo que comprassem seus próprios alimentos.
Embora o programa tenha sido caracterizado por alguns como um custo adicional, ele foi inicialmente concebido como uma forma de economizar dinheiro, já que a cidade deixou de comprar alimentos que os solicitantes de asilo não queriam comer. A cidade estima que o programa custou metade do preço do serviço de entrega de refeições embaladas que foi substituído.
Desde o final de março, a cidade forneceu cartões de débito pré-pagos no valor total de US$ 3,2 milhões para cerca de 2.600 famílias de migrantes que moram em hotéis, permitindo que comprassem alimentos e suprimentos para bebês.
Os cartões, distribuídos no centro de triagem da cidade no Roosevelt Hotel, oferecem a uma família de quatro pessoas cerca de US$ 350 por semana para fazer compras em lojas locais de alimentos e produtos para bebês.
A empresa de tecnologia financeira Mobility Capital Finance (MoCaFi) foi contratada no ano passado, por meio de um contrato de emergência sem licitação, para administrar o programa por um período de um ano. A empresa recebe cerca de US$ 400.000 no acordo.
O prefeito não deu uma razão específica para encerrar o programa.
A capacidade da cidade de firmar acordos de emergência para serviços aos migrantes foi posteriormente revogada pelo controlador da cidade, Brad Lander.
A cidade estima que 700 solicitantes de asilo estão entrando na cidade a cada semana, enquanto 1.000 estão saindo no mesmo período.
Fonte: ABC; CBS