Até um em cada 20 floridianos, ou um milhão de pessoas, poderia ser expulso do país sob um plano de deportação em massa que é um dos pilares da campanha do ex-presidente Donald Trump, segundo um relatório de um grupo de defesa da imigração.
O American Immigration Council, baseado em Washington D.C., detalhou o plano abrangente de Trump para deportar 13,3 milhões de imigrantes indocumentados ou passíveis de remoção nos Estados Unidos, caso ele retorne à Casa Branca. O relatório constatou que a política seria economicamente devastadora para a Flórida, um dos estados com as maiores populações de imigrantes, além de ter um impacto negativo em todo o país.
Uma campanha de deportação em massa para expulsar milhões do país custaria, no mínimo, 315 bilhões de dólares, segundo os pesquisadores. No entanto, o grupo enfatizou que essa era uma estimativa conservadora e que as ramificações iriam muito além do custo da operação, que Trump afirmou que envolveria campos de detenção. Milhões de famílias seriam separadas, a escassez de empregos existente pioraria e a economia dos EUA encolheria, afirmou o relatório, publicado em 2 de outubro.
"Nossa análise mostra o papel vital que os imigrantes indocumentados desempenham nos EUA como trabalhadores, contribuintes e consumidores. Se eles fossem deportados, veríamos um grande choque na força de trabalho dos EUA, o que levaria a uma redução do PIB dos EUA", disse Nan Wu, diretora de pesquisa do American Immigration Council. E, embora os imigrantes indocumentados não possam acessar programas federais de seguridade social, como a Seguridade Social e o Medicare, esses programas perderiam dezenas de bilhões de dólares em contribuições fiscais caso os imigrantes indocumentados fossem deportados. "Não receber os pagamentos desses imigrantes tornará cada vez mais difícil manter esses programas de seguridade social solventes", disse Wu.
A população dos EUA com 65 anos ou mais cresceu rapidamente na última década.
O relatório também revelou que a Flórida perderia cerca de 5% de sua população, ou cerca de 1 milhão de residentes indocumentados. Isso significaria que várias indústrias-chave, como agricultura e construção, enfrentariam sérios problemas com escassez de mão de obra e inflação crescente, afirmou Wu.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores utilizaram dados do Censo e outras estatísticas do governo federal. O Departamento de Segurança Interna estimou que, entre 2018 e 2022, a grande maioria dos imigrantes indocumentados do país estava nos Estados Unidos há uma década ou mais. Estimativas anteriores na última década também sugeriram que a população indocumentada da Flórida varia entre 590.000 e 775.000.
Fonte: Miami Herald