Após assassinato de estudante por indocumentado, Geórgia vota parceria entre polícia e ICE

Por Arlaine Castro

Laken Riley, 22, foi morta por Jose Ibarra, venezuelano indocumentado.

Após o assassinato de uma estudante por um indocumentado, a Câmara da Geórgia aprovou um projeto de lei que exige que a polícia trabalhe em parceria com o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE).

A legislação ganhou impulso após o assassinato no dia 22 de fevereiro da estudante de enfermagem  Laken Riley, 22 anos, no campus de Atenas da Universidade Augusta, por Jose Ibarra, cidadão venezuelano que, segundo as autoridades de imigração, cruzou ilegalmente para os Estados Unidos em 2022. Não está claro se ele solicitou asilo.

Ele foi preso sob acusações de assassinato e agressão.

O projeto tornaria uma contravenção os xerifes não denunciarem imigrantes indocumentados em suas prisões ao ICE.

O House Bill 1105 exige que as agências locais de aplicação da lei trabalhem em conjunto com as autoridades federais para deter detidos suspeitos de estarem ilegalmente no país. Segundo a proposta, se um imigrante indocumentado estiver na prisão do condado e se for descoberto que está ilegalmente presente nos Estados Unidos, o carcereiro deve relatar a prisão ao ICE.

O deputado republicano de Savannah, Jesse Petrea, vinha pressionando essa legislação há um ano. Ele apresentou o projeto de lei em janeiro, mas o recente assassinato e a prisão das autoridades em conexão com o homicídio de José Antonio Ibarra, que entrou no país ilegalmente, deram um novo impulso ao projeto de lei e às conversas mais amplas sobre a imigração.

Petrea disse que o projeto se concentraria estritamente nas pessoas nos EUA sem autorização e que estão no sistema de justiça criminal. O projeto também reteria financiamento das autoridades locais se a agência não cumprisse o processo.

Os legisladores republicanos da Geórgia afirmam que as agências de aplicação da lei que não trabalham com as políticas do ICE permitiram que Ibarra escapasse. O deputado republicano da cidade de Atenas, onde ocorreu o homicídio, Houston Gaines, disse que as chamadas políticas de cidades-santuário, que ele diz serem semelhantes às de Atenas, seriam proibidas com este projeto de lei.

Atenas optou por não deter imigrantes indocumentados acusados de crimes por mais 48 horas, a menos que um juiz ordenasse, de acordo com o Atlanta Journal-Constitution.

O Fundo de Impacto GALEO, uma organização focada na representação de hispânicos e latinos em cargos públicos, condenou o projeto de lei por transferir “a culpa do próprio culpado para toda a comunidade imigrante”. O grupo de defesa repetiu algumas das críticas semelhantes às políticas que visam injustamente a comunidade hispânica.

As agências também teriam de publicar um relatório trimestral num website público detalhando o número de detenções de imigração emitidas pelo ICE para reclusos na prisão ou outras informações o que, segundo os contrários à proposta, dividiria o tempo entre perseguir o crime nas ruas e deter migrantes.

O projeto está em debate no Senado.

Fonte: Fox5 Atlanta.