México implanta posto de controle perto de brecha na fronteira dos EUA

Por Arlaine Castro

Uma brecha na fronteira em San Judas Break estava sendo usada para cruzar ilegalmente para os Estados Unidos chegando na Califórnia.

O governo mexicano criou recentemente um posto de controle perto de uma brecha na fronteira depois que migrantes usaram a abertura, conhecida localmente como San Judas Break, para cruzar ilegalmente para os Estados Unidos chegando na Califórnia, confirmou o programa 60 Minutes, do canal CBS News.

Com o novo posto de controle, os migrantes agora estão cruzando a fronteira em outro local, seis quilômetros a leste de San Judas Break, disseram residentes da área. A lacuna para a qual os migrantes se deslocaram é mais difícil de alcançar, exigindo horas de caminhada. Não é diretamente acessível por veículo, enquanto os contrabandistas usavam SUVs para deixar os migrantes no San Judas Break.

O San Judas Break tornou-se conhecido internacionalmente. Durante quatro dias no mês passado, o 60 Minutes testemunhou quase 600 migrantes – adultos e crianças – atravessando a lacuna de 1,2 metro no final de uma cerca de fronteira, 60 milhas a leste de San Diego. Os migrantes passaram pela lacuna esquivando-se do arame farpado.

Jerry Shuster, dono de terras perto da brecha, estimou ter visto 3.000 migrantes por semana passarem pela brecha. Ele disse que os migrantes começaram a chegar à sua propriedade em maio.

As autoridades de fronteira americanas sabiam do buraco perto de sua propriedade e ele pediu que fosse consertado. “'Você precisa ligar para Washington DC', é o que dizem”, disse Shuster.

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA disse ao 60 Minutes que fechar a lacuna estava na lista de prioridades da agência, mas exigiria dinheiro do Congresso. O CBP disse que os agentes da patrulha de fronteira não têm autoridade legal para impedir que as pessoas passem por brechas como a da casa de Shuster. Agentes só podem prender migrantes depois de entrarem ilegalmente.

Alguns dos migrantes que cruzaram para os EUA no San Judas Break, e outros que agora atravessam seis quilômetros a leste da lacuna, vieram da China. Os migrantes chineses são o grupo que mais cresce tentando entrar nos EUA vindo do México. No ano passado, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA informou que 37.000 cidadãos chineses foram detidos ao cruzarem ilegalmente a fronteira.

Os migrantes, que não se intimidaram com as políticas destinadas a reduzir as entradas ilegais, têm atravessado a fronteira entre os EUA e o México em números sem precedentes. No ano passado, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA encontrou cerca de dois milhões e meio de migrantes na fronteira sul.

Em uma votação de 214 a 213, a Câmara dos Representantes dos EUA votou na terça-feira pelo impeachment do secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, por sua forma de lidar com a fronteira EUA-México. Os artigos de impeachment alegam que Mayorkas libertou migrantes para os EUA que deveriam ter sido detidos e que mentiu aos legisladores sobre a segurança da fronteira sul.

O presidente Biden classificou a votação do impeachment como um “ato flagrante de partidarismo inconstitucional que teve como alvo um servidor público honrado para participar de jogos políticos mesquinhos”.