China protesta contra interrogatórios e deportações de seus estudantes dos EUA

Por Arlaine Castro

Os estudantes afetados tiveram os seus dispositivos eletrônicos verificados, foram proibidos de comunicar com qualquer pessoa externa e, em alguns casos, foram detidos por mais de 10 horas, reclama a embaixada da China.

O governo chinês protestou junto ao governo dos Estados Unidos sobre o tratamento dispensado aos chineses que chegam para estudar no país, dizendo que alguns foram interrogados durante horas, tiveram os seus dispositivos eletrônicos verificados e, em alguns casos, foram deportados à força do país.

Xie Feng, o embaixador chinês em Washington, disse que dezenas de chineses tiveram sua entrada negada todos os meses nos últimos meses, quando voltavam para a escola após viagens ao exterior ou visitavam parentes na China, de acordo com uma postagem no site da Embaixada Chinesa.

O comunicado da Embaixada da China afirma que os estudantes afetados tiveram os seus dispositivos eletrônicos verificados, foram proibidos de comunicar com qualquer pessoa externa e, em alguns casos, foram detidos por mais de 10 horas. Afirmou que as ações dos agentes de controle de fronteiras “tiveram um sério impacto nos estudos dos estudantes internacionais da China e causaram grandes danos psicológicos”.

O comunicado também afirma que as ações vão contra o acordo entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping na sua reunião em novembro passado para promover o intercâmbio entre pessoas.

“Quando desembarcaram no aeroporto, o que os esperava era um interrogatório de oito horas por parte de agentes que os proibiram de contatar os seus pais, fizeram acusações infundadas contra eles e até os repatriaram à força e proibiram a sua entrada”, disse domingo num comunicado evento na embaixada sobre intercâmbio estudantil. “Isso é absolutamente inaceitável.”

O protesto surge num momento em que os EUA e a China tentam impulsionar o intercâmbio estudantil e outros para reforçar as suas relações, que se tornaram conflituosas nos últimos anos em relação ao comércio, à tecnologia, aos direitos humanos e, mais fundamentalmente, à futura direção do mundo.

Quase 290 mil estudantes chineses estão nos EUA, cerca de um terço dos estudantes estrangeiros no país, de acordo com o posto da embaixada. A China tem mais de 1,3 milhão de estudantes estudando no exterior, mais do que qualquer outro país, afirmou.

Num comunicado online separado, a Embaixada da China disse ter feito “declarações solenes” ao governo dos EUA sobre o tratamento dispensado aos estudantes que chegam ao aeroporto de Dulles, em Washington, D.C. A declaração lembrou aos estudantes chineses que sejam cautelosos ao entrar pelo aeroporto.

Não ficou claro se os comentários de Xie faziam referência apenas a casos em Dulles ou também a outros pontos de entrada.

Fonte: Associated Press.