Brasileira morre após atravessar ilegalmente a fronteira entre México e EUA

Por Arlaine Castro

 G1.
Márcia Cristina Dutra tinha asma e passou mal durante a travessia.

Uma mineira de 36 anos morreu após atravessar ilegalmente a fronteira entre o México e os Estados Unidos, na quinta-feira, 20. Márcia Cristina Dutra tinha asma e passou mal durante a viagem. O corpo da imigrante, que era de Caratinga, no Leste de Minas Gerais, foi encontrado por socorristas da Califórnia.

De acordo com a família, pessoas que atravessaram a fronteira com Márcia disseram aos socorristas norte-americanos que ela passou mal e não conseguiu seguir viagem. Nos últimos meses, um número recorde de migrantes mortos foi recuperado na fronteira. As temperaturas subiram acima de 100 graus F por 36 dias consecutivos, disse a Patrulha de Fronteira dos EUA.

“Estamos vendo muitas pessoas atravessando durante a parte mais quente do dia, algo que normalmente não víamos antes”, explicou o agente da patrulha de fronteira Andy Buckert. “Isso acaba sendo uma coisa muito perigosa.”

Até agora, 69 corpos foram recuperados no deserto a oeste da sexta maior cidade do Texas neste ano fiscal. A Patrulha da Fronteira suspeita que os restos mortais sejam de migrantes que morreram de exaustão pelo calor.

Em toda a fronteira sul, 96 corpos foram recuperados desde outubro. O número de mortos este ano supera em muito os 29 corpos descobertos em 2022.

Caminhar no deserto

Diagnosticada com asma ainda muito jovem, segundo a família, ela precisava usar bombinha e outros medicamentos e não sabia da existência das longas caminhadas durante o trajeto para cruzar a fronteira. Em um certo momento, ela parou no meio do caminho, sentou-se e desmaiou, não acordando mais.

Ainda segundo os familiares, eles ficaram sabendo da morte de Márcia somente na sexta-feira (21), por meio do Consulado brasileiro. Ela começou a planejar a viagem há cerca de oito meses e chegou a ser convencida pelos parentes de desistir. No entanto, ela retomou o sonho de ir para o exterior depois que o namorado foi para os EUA, há dois meses.

Segundo os familiares, Márcia era uma mulher sonhadora, mãe, batalhadora e que não media esforços.
Os parentes pretendem criar uma vaquinha on-line para arrecadar o dinheiro das despesas para traslado para o Brasil e funeral. O corpo está no Instituto Médico Legal de San Diego, na Califórnia, aguardando documentos para liberação.