Imigrantes apreendidos somam mais de 2 milhões na fronteira sul dos EUA
As autoridades de fronteira americanas tiveram mais de 2 milhões de imigrantes nos postos de controle e centros de detenção na fronteira EUA-México até agora neste ano fiscal - estabelecendo um novo recorde de imigrantes que tentam entrar no país de maneira irregular, vindas principalmente das Américas Central e do Sul.
Os EUA têm visto um número crescente de imigrantes de países mais distantes, incluindo Cuba, Colômbia, Haiti e Peru, bem como centros tradicionais da Guatemala, Honduras, El Salvador e México, de acordo com Stef Kight, da Axios.
Encontros com imigrantes referem-se a dois tipos distintos de eventos: apreensões, nas quais os imigrantes são levados sob custódia nos Estados Unidos para aguardar julgamento, e expulsões, nas quais os imigrantes são imediatamente expulsos para seu país de origem ou último país de trânsito sem serem detidos nos EUA.
Nos últimos dois anos, a maioria dos encontros que ocorreram resultou em expulsão, não apreensão, por causa da ordem de saúde pública conhecida como Título 42, em vigor pela pandemia. Entre abril de 2020 e o final do governo Trump, mais de 80% dos encontros mensais de migrantes na fronteira sudoeste resultaram em expulsão em vez de apreensão.
Porém, o grande número de migrantes na fronteira sul continua sendo um desafio logístico, humanitário e político para o governo Biden. Os republicanos atacaram a questão, com o governador da Flórida Ron DeSantis recentemente levando migrantes e requerentes de asilo para Martha's Vineyard, Massachusetts.
Em 2020, a pandemia desacelerou o trânsito na fronteira. Autoridades de fronteira levaram 460.000 imigrantes sob custódia naquele ano fiscal. Esse número saltou para 1,7 milhão no ano fiscal de 2021. Faltando um mês para o ano fiscal de 2022, o número já ultrapassou 2 milhões pela primeira vez.
Apenas em agosto, foram 203.598 detenções, um aumento de 1,7% em relação a julho. Dentre os imigrantes encontrados pelos agentes de fronteira, 22% eram pessoas que tentavam ingressar em solo americano depois de terem sido presas e deportadas do país em outras ocasiões.
Em comunicado, o CBP afirmou que pouco mais de 55 mil dos detidos em agosto vinham de apenas três países: Venezuela, Nicarágua e Cuba, um aumento de 175% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Por outro lado, em agosto houve uma queda no número de menores desacompanhados encontrados na fronteira, somando 11.365, número ainda alto, mas 14% menor do que o relatado em julho. Desde outubro do ano passado, 1,3 milhão de pessoas foram expulsas ou repatriadas dos EUA.
A deterioração das condições econômicas, políticas e de segurança em países da América Central e do Sul nos últimos anos impulsionou a saída dos que tentam entrar nos EUA em busca de melhores condições de vida. Fonte: Axios.