EUA propõem coleta de amostras de DNA de imigrantes detidos
Propostas levanta preocupações de privacidade, uma vez que as informações genéticas iriam para um banco de dados do FBI
O governo Trump propôs, na segunda-feira (21), a coleta de amostras de DNA de imigrantes detidos pelas autoridades dos Estados Unidos. Isso está levantando preocupações sobre privacidade, especialmente para solicitantes de asilo e menores infratores cujas informações genéticas iriam para um banco de dados do FBI.
O Departamento de Justiça disse que a regra proposta estaria sujeita a 20 dias de comentários públicos, antes de ser posta em prática ou não.
Essa é a mais recente tentativa do presidente Donald Trump de reduzir a imigração legal e ilegal, uma questão central em sua campanha de reeleição em 2020.
A regra propõe a coleta de amostras de DNA de qualquer imigrante "detido sob a autoridade dos Estados Unidos", o que pode incluir travessias de fronteira pela primeira vez, cuja ofensa é uma contravenção.
Além disso, a coleta de DNA pode ajudar a detectar fraudes e solucionar casos criminais frios, disse Stephen Miller, assessor de imigração de Trump. Há muito que Trump vincula suas políticas anti-imigração duras ao combate ao crime, apesar de vários estudos mostrarem que os imigrantes cometem menos crimes do que os americanos nativos.
Grupos como a União Americana de Liberdades Civis (ACLU) e outros levantaram preocupações sobre privacidade e liberdades civis, incluindo que amostras de DNA podem revelar informações sobre parentes dos detidos. A ACLU também disse que a regra muda o objetivo da coleta de DNA da investigação criminal para a vigilância da população.
"Essa mudança de política proposta é extraordinária em sua amplitude e transparente com seus objetivos xenófobos", afirmou Naureen Shah, assessora sênior de advocacia e política da ACLU.
A regra criaria exceções para estrangeiros processados para entrada legal nos Estados Unidos, o que poderia incluir requerentes de asilo que se candidatam em um porto de entrada legal, mas pode não incluir aqueles que atravessam a fronteira ilegalmente e solicitam asilo.
Há também exceções para os detidos brevemente em um porto de entrada para triagem adicional, para detidos no mar ou em lugares onde funcionários não podem coletar amostras. Com informações da Reuters.