Los Angeles -
A história do pequeno elefanteDumbo
‘voa’ alto para as telas grandes no final do mês de março, dia 29, em uma versão live-action da clássica animação de 1941. Tive a oportunidade de participar da coletiva de imprensa do longa que aconteceu no último dia 10 de março em um hotel, em Beverly Hills, um fato importante sobre imigração foi abordado em um das perguntas para o diretor Tim Burton. Um dos jornalistas comentou que a separação entreDumbo
e sua mãe no filme a fez lembrar da separação das crianças de seus pais imigrantes na fronteira com o México, e perguntou ao famoso diretor se esse assunto político era o que ele tinha em mente quando criou a cena em que o bebê elefante era arrancado de sua mãe. O cineasta, que dirigiu Edward Scissorhands (Edward Mãos de Tesoura, título no Brasil) e Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas, título no Brasil), entre outros, evitando entrar na parte política da questão, respondeu diplomaticamente: “eu acho que qualquer situação familiar - mas toda família é diferente.. foi diferente para mim - eu gostaria de ter sido separado dos meus pais, mas essa é uma história diferente. [...] Eu penso nas situações de uma maneira mais espiritual e simples. Eu escuto as notícias e tudo mais, mas eu vejo as coisas de um jeito mais - eu tento, pelo menos - olhar de um ponto de vista mais humano. Porque [Dumbo] é como uma fábula e todas as grandes fábulas tocam em situações que são verdades sobre a natureza humana e a atualidade, mas não é literal. É um filme de época e é uma fábula, e toca em tudo isso, mas também não estamos tentando com que ele seja arrancado das manchetes de hoje”.
O ator americano Danny DeVito, que interpreta Max Medici o dono de um pequeno circo, observou que a animação original dos estúdios da Disney - agora considerado um clássico - foi feito em 1941, há 78 anos. “Se você se lembra do filme, é uma obra-prima de 63 minutos da Disney daquela época, onde o bebê [Dumbo] foi separado de sua mãe; então eu não acho que tenha algo a ver com essa situação infeliz e terrível que está nos noticiários atuais”, disse ele.
Já o ator Michael Keaton, que interpreta vilão que compra o pequeno circo para explorar o incrível filhote de elefante voador, foi mais direto e crítico a atual política de imigração do governo na fronteiral e disse: “Só vou dizer isso: obrigado por mencionar esse assunto. Temos que manter na consciência. Porque é criminoso, é cruel e não acho que conta como abuso infantil... acho que sim, é sim”.
Além do diretor e os atores Michael Keaton e Danny DeVito, também estavam presentes na coletiva: os atores Collin Farrell, Eva Green, Nico Parker e Finley Hobbins.
Mais sobre o filme
Dumbo
acompanha Holt Farrier, um famoso domador de cavalos de circo que, ao retornar da Primeira Guerra Mundial, encontra seu mundo virado de cabeça para baixo. Além de perder um braço em um combate, sua esposa faleceu enquanto estava fora e ele agora precisa criar os dois filhos. Soma-se a isso, ele perde seu antigo posto no picadeiro, e agora está encarregado em cuidar de uma elefanta que está prestes a parir. Quando o bebê nasce, todos ficam surpresos com o tamanho de suas orelhas, o que faz com que de início seja desprezado. Cabe então aos filhos de Holt a tarefa de cuidar do pequenino, até que eles descobrem que as imensas e desproporcionais orelhas permitem que Dumbo voe.
A direção ficou a cargo de Tim Burton que entrega um filme diferente e com crítica ao estúdio. O roteiro foi escrito por Ehren Kruger. Dumbo
conseguiu reviver várias boas lembranças da minha infância. Gostei e me emocionei. O longa carrega também a mensagem de que os animais não devem ser usados para o entretenimento. Nenhum elefante real foi usado na criação do filme. Cheguei até pensar que sim, pois a computação gráfica é perfeita!