A série que recebeu vários prêmios, incluindo o Globo de Ouro como melhor drama, no dia 13 de janeiro, “Homeland”, conta com uma brasileira no elenco. Morena Baccarin interpreta Jessica e já participou de outros seriados americanos.
Com o sucesso e as premiações da série, que também recebeu prêmios para o ator Damian Lewis, que interpreta um veterano da guerra do Iraque convertido pela Al Qaeda, e para a atriz Clara Daines, por seu papel como uma agente bipolar da CIA, um de seus criadores, Gideon Raff, declarou que o programa, que está na segunda temporada, poderá continuar por anos.
Apesar de tratar de uma realidade muito diferente da dos brasileiros, “Homeland” foi exibido também no Brasil e talvez a presença de uma brasileira no elenco tenha atraído maior atenção do público. “Homeland” é um thriller psicológico baseado no pós-11 de Setembro de 2001.
Morena se disse surpresa ao chegar ao Brasil, no ano passado, e ter sido recebida por fãs no aeroporto ou ser reconhecida no metrô. “As pessoas não esperam que eu vou estar no Brasil”.
Mas a atriz declarou, em entrevistas recentes, que mesmo vivendo nos Estados Unidos desde os 7 anos, seu lado brasileiro nunca foi embora. “Claro que tenho uma sensibilidade americana, porque cresci aqui. Mas as pessoas falam que sentem uma coisa diferente em mim. Acho que é o calor humano, esse jeito de falar com as mãos, de ter mais afeto”, disse ela em entrevista ao “O Globo”.
Sobre Morena Baccarin
Natural do Rio de Janeiro, Morena se mudou aos 7 anos com os irmãos, a mãe, a atriz
Vera Setta, e o pai, o jornalista Fernando Baccarin, que havia sido transferido para cá. Durante a adolescência, Morena pensou em seguir uma série de carreiras diferentes. Gostava de escrever, fotografar. Mas foi no primeiro dia de aula do ensino médio que encontrou sua vocação, quando entrou em uma escola de arte. “Foi imediato: era aquilo que eu queria fazer para o resto da vida”, disse.
Vendo que a vida de atriz em Nova York não estava muito promissora quando saiu da faculdade, Morena resolveu ir para Los Angeles “para ficar famosa e trabalhar com o teatro”.
“Estava na cidade há quatro dias, no sofá de um amigo, quando surgiu ‘Firefly’. Joss (Whedon, criador da série) não tinha gostado da atriz escalada e estava procurando outra. Fiz o teste, peguei o papel e, assim, de um dia para o outro, já estava trabalhando”.
Apesar de ter durado apenas uma temporada, a série de Whedon virou um clássico cult entre os fãs de ficção científica, transformando Morena numa musa sci-fi. Não foi à toa que ela ainda atuou em séries como “Stargate — SG1”e “V”, antes de chegar a “Homeland”, na qual ela também acabou entrando num golpe do acaso. “Foi outro caso de já ter uma atriz fazendo a personagem e eles quererem trocar. Então fiz o teste no dia 25 de maio, e no 1º de junho já estava no set”.
Na primeira temporada, a personagem de Morena, Jessica, se esforça para reambientar o marido — o soldado Nicholas Brody (Damian Lewis) — em sua volta para casa, após oito anos de cativeiro no Iraque. Mas, neste segundo ano, ela se coloca de maneira mais forte, seja nos assuntos políticos do marido ou não aceitando as mentiras que ele conta. Após um primeiro ano impecável, “Homeland” enfrentou críticas nesta segunda leva de episódios. Mas, para a atriz, o resultado foi mais do que satisfatório.
Entre os maiores trunfos da série, a atriz destaca a combinação entre o thriller e a vida emocional e os conflitos dos personagens, além da possibilidade de falar de um assunto complicado como terrorismo, sem amarras ou maniqueísmos.
Morena contou durante a entrevista, que morava em Nova York no 11 de Setembro. “Foi muito forte e terrível mas, ao mesmo tempo, foi a primeira vez que os Estados Unidos sentiram um conflito que o mundo inteiro já havia sentido. Os EUA, às vezes, se dão o luxo de não prestar atenção no resto do mundo e não tomam conhecimento de problemas que são o dia a dia de muita gente”, disse ela.