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Brasileiro detido no Novo México está separado do filho há quase 30 dias
Um brasileiro de Minas Gerais, que foi detido na fronteira ao tentar entrar nos Estados Unidos há quase um mês junto com o filho de 9 anos, está há 26 dias sem ver o garoto. O caso ilustra a situação de milhares de outros familiares que são mantidos separados das crianças enquanto aguardam o processo de imigração pelas autoridades americanas. O brasileiro, que não teve o nome revelado, disse por telefone à Associated Press que conseguiu contato com o filho depois de dias e uma única vez pelo telefone, mas não tem a menor ideia de quando poderá se reencontrar com a criança. Pai e filho embarcaram para a Cidade do México e conseguiram cruzar a fronteira para San Ysidro, já no território da Califórnia, mas foram pegos por agentes do U. S. Customn and Border Protection (CBP). Como tem acontecido com milhares de famílias imigrantes na fronteira, ambos foram enviados para um centro de detenção. "Por dois dias, só o que nos ofereceram foi Doritos, barras de cereal e suco." O brasileiro foi informado então de que o filho seria levado para uma unidade de menores, e que eles ficariam separados por não mais do que cinco dias. EUA: Crianças imigrantes alegam abusos em abrigos Ele orientou o filho de que ficariam separados, mas somente por alguns dias e, como já se passaram quase um mês, está preocupado com a criança. “Veja filho, vou ficar longe três dias, cinco no máximo, e depois vou vê-lo de novo. Ele chorou e me abraçou. É um bom garoto, nunca esteve longe de mim ou da mãe”, disse o pai. Dez dias depois, o brasileiro soube que o menino havia sido enviado para uma unidade de imigrantes em Chicago, em Illinois. Ele procurou ajuda em um serviço de auxílio jurídico por telefone e conseguiu conversar por 20 minutos com o filho, que revelou ter conseguido falar com a mãe no Brasil. A mãe do garoto disse à Associated Press que o filho tem autorização para fazer ligações às segundas e às quintas, por no máximo 30 minutos por vez. A mulher afirmou que o garoto está mais calmo do que aparentava nos primeiros contatos, mas que ele permanece ansioso e toma remédio para hiperatividade, que continuou oferecido durante a detenção. Pelo menos 49 brasileiros estão entre os menores separados dos pais na fronteira Os pais disseram que questionam insistentemente as autoridades de imigração sobre quando poderão rever o filho, mas até o momento não há uma resposta conclusiva.Mesmo depois do presidente ter assinado ordem executiva para manter familiares e crianças juntos nos abrigos. As informações sobre o brasileiro e seu filho foram repassadas pelo próprio por telefone à Associated Press a partir do Centro Correcional de Cibola County, na cidade de Milan, no Estado do Novo México, nesta sexta-feira, 22. Ele disse também que entrou com pedido de asilo nos Estados Unidos e concordou em falar sob a condição de anonimato. Ele teme pela sua vida se retornar ao Brasil porque disse ter contraído uma dívida de R$ 30 mil e estar sendo perseguido por uma organização criminosa, mas não revelou mais detalhes sobre a questão. Como perdeu recentemente o emprego em uma padaria, ele resolveu tentar a vida nos Estados Unidos e mandar dinheiro para a família no interior de Minas. Ele deixou uma mulher e um outro filho de três anos. Processo A advogada Karen Hoffmann que atua em uma organização sem fins lucrativos que ajuda imigrantes ingressou com diversas ações em nome do menino de nove anos e de um outro brasileiro, um adolescente de 15 anos que também foi separado do pai. Os processos alegam que a separação das famílias é ilegal, e pedem o reencontro delas. "Estamos ingressando com essas ações porque o que essas famílias estão vivendo é uma farsa. Ninguém sabe como será a reunificação. O governo certamente não sabe”, disse Hoffmann. Com informações da Associated Press. Após polêmica, Trump encerra separação de famílias na fronteira