"Plywood" brasileiro pode falhar em furacões, dizem concorrentes dos EUA
Ação judicial movida na Flórida denuncia falha no processo do controle de qualidade do produto brasileiro para sua importação
Produtores de compensado dos Estados Unidos afirmam que o produto concorrente do Brasil tem um alto risco de falha em grandes furacões, mas os consumidores não sabem porque a madeira importada é falsamente certificada como estruturalmente sólida.
Em uma ação movida no Tribunal Distrital dos EUA em Fort Lauderdale, as empresas alegam que, desde 2016, duas empresas de inspeção americanas e uma agência de credenciamento falharam em desempenhar suas "funções de controle de qualidade" quando milhões de metros quadrados de madeira compensada foram importados para os EUA, chegando através dos portos da Flórida, incluindo Port Everglades, no Condado de Broward.
"Como resultado, os residentes dos EUA que vivem ou trabalham em edifícios construídos com compensado brasileiro fora de série estão expostos a riscos significativos de ferimentos graves ou morte, principalmente no caso de um furacão ou terremoto significativo", alega o processo.
O compensado é usado principalmente na construção de edifícios residenciais e comerciais. Proprietários também os usam para ajudar a proteger suas janelas durante furacões.
A ação foi movida por um grupo de 10 produtores de madeira compensada contra os serviços de inspeção PFS-TECO de Wisconsin e Timber Products Inspection Inc. da Geórgia. Um terceiro acusado mencionado no processo é o International Accreditation Service of California, o serviço de credenciamento.
O processo alega que, em 1º de janeiro de 2016, os serviços de inspeção "fizeram declarações falsas por meio de certificações que autorizaram 35 produtores brasileiros de madeira compensada a exportar para a Flórida que eles sabiam ou deveriam saber que "não se enquadravam" no padrão de qualidade da indústria.
Testando a força
da madeira
O processo disse que testes conduzidos pela American Plywood Association "mostraram que os painéis de compensados brasileiros produzidos no sul do Brasil têm taxas de falhas maciças em relação às normas, "especificamente nos quesitos rigidez e deflexão".
O processo alega que as fábricas brasileiras de compensado utilizam materiais proveniente de plantações de rápido crescimento de "loblolly" e "slash pine". Essas espécies são nativas da América do Norte. Porém, ambas as espécies crescem tão rápido no sul do Brasil que a densidade da madeira não é suficiente para produzir de maneira confiável o compensado de qualidade estrutural. Com informacões do Sun Sentinel.