
Flórida lidera EUA no crescimento de empresas de propriedade feminina
As mulheres iniciaram uma média de 1.821 novas empresas por dia nos Estados Unidos entre 2017 e 2018, de acordo com a análise do relatório por estado de mulheres donas de empresas de 2018, encomendado pela American Express, com a Flórida à frente do ranking nacional. Na verdade, o estado vem liderando o país no crescimento de empresas de propriedade de mulheres desde 2007. Em seguida, aparecem a Geórgia, Michigan e Tennessee. Na Flórida, a área metropolitana de West Palm Beach até Miami está entre as cinco maiores do país no crescimento de empresas de propriedade de mulheres. Na verdade, a região sudeste da Flórida é a que mais ajuda a aumentar os números do estado. "O Condado de Palm Beach tem a sorte de ter tantas mulheres líderes nos setores público e privado", disse Kelly Smallridge, presidente e diretor executivo do Conselho de Desenvolvimento de Negócios do Condado de Palm Beach ao The Palm Beach Post.Quais os tipos de negócios?
De acordo com a pesquisa, a maioria das empresas pertencentes a mulheres se enquadra em uma das três categorias: serviços pessoais, cuidados de saúde; e profissionais como advogados, contadores e arquitetos.Raça e etnia: quem lidera?
A pesquisa aponta ainda que os números de mulheres negras que iniciam novos negócios é quase três vezes maior que a taxa de crescimento de mulheres brancas desde 2007. Em todo o país, mulheres negras que gerenciam um próprio negócio tendem a ser mais jovens em comparação com outros grupos, com quase quatro em cada 10 menores de 35 anos. Em contraste, mais da metade das mulheres que são donas do próprio negócio e são de origem hispânicas e asiáticas têm entre 35 e 54 anos, segundo o estudo da American Express.2º melhor estado para os negócios, o mercado da Flórida vai além de ilusão
Necessidade ou escolha?
Entretanto, a questão do crescimento de mulheres à frente do próprio negócio levanta a questão: se os números representam uma atração da oportunidade empresarial ou o impulso é causado pela desigualdade no local de trabalho tradicional. Uma análise classificou a Flórida entre os 10 "piores" estados para a igualdade feminina no local de trabalho. Elas recebem menos em comparação com homens e são prejudicadas em outras 15 medidas de igualdade no local de trabalho, segundo o Wallethub, que classificou os estados em 16 indicadores, incluindo salário masculino x feminino e a porcentagem de mulheres executivas. "O acesso ao capital melhorou um pouco para as mulheres, no entanto, meu sentimento é que as mulheres começam seu próprio negócio porque há uma falta de oportunidade", disse LeAnna Carey, presidente da Câmara de Comércio Feminino de Palm Beach.
Brasileiras à frente dos negócios
Seja qual for o motivo, o sul da Flórida tem se mostrado como um ponto de acesso para empresas de propriedade de mulheres e as brasileiras não ficam para trás. De acordo com pesquisa no site do Consulado Geral do Brasil em Miami, as brasileiras ganham dos brasileiros no comando do próprio negócio: são 10% de negócios comandados por mulheres e 8% por homens.Amor aos pets
Uma delas que engorda a estatística é a mineira de Belo Horizonte, Luana da Silva, 42 anos, que está há oito anos à frente do Doggy Studio Groomimg, um petshop em Tamarac que emprega mais oito mulheres. Luana conta que, ainda no Brasil, fez um curso aos 17 anos para tosar cachorro e começou a trabalhar em petshops de Belo Horizonte. Veio para a Flórida com a intenção de juntar dinheiro para comprar material e voltaria em seis meses para o Brasil, porém, em pouco tempo teve retorno do trabalho e ficou. “Arrumei um excelente trabalho aqui como 'groomer' e resolvi ficar. Com alguns meses, a senhora que eu trabalhava quis vender seu negócio para mim. Eu morava em Connecticut e decidi vir para a Flórida. Em 2010, meu negócio tinha 400 clientes em cartela (registrados) e hoje passa dos sete mil. E tenho oito mulheres trabalhando comigo”, destaca.Mergulhar de cabeça
Outra brasileira à frente do negócio é a paulista Aray Abujamra, 43 anos, que desde 2009 comanda junto com outra sócia brasileira a Blend Connections, uma agência de marketing e eventos no sul da Flórida, e desde então está realizada com seu próprio negócio. “Eu já estava há 10 anos morando aqui e me vi pela primeira vez sem trabalho. Foi quando me procuraram para realizar um grande evento para um banco. Eu aceitei e mergulhei de cabeça nessa jornada de adrenalina que sou apaixonada até hoje. Foi assim que surgiu a Blend Connections”, conta. Sobre a desigualdade salarial e a luta das mulheres no mercado de trabalho, Abujamra opina que o posicionamento das mulheres no mercado mostra “o quanto somos capazes e sagazes. Eu e minha sócia, a Flávia Basile, somos experts em mostrar para quem seja que nosso trabalho tem o seu valor e não aceitamos que tentem nos rebaixar por sermos duas mulheres liderando uma empresa. Sabemos das nossas capacidades e nosso profissionalismo e em mais de nove anos de agência nos Estados Unidos só tivemos e temos clientes incríveis e super satisfeitos conosco”.
Crescer com respeito e dignidade
Lia McCollum , 34 anos, comanda a JJL Professional Cleaning Services, uma empresa de limpeza comercial e residencial em Deerfield Beach. Com 16 funcionários, sede própria e mais de 300 clientes, ela iniciou a jornada à frente dos negócios em 2013, quando decidiu fazer da limpeza de imóveis o seu ideal e “crescer com respeito e dignidade”. “Cheguei na América com o mesmo sonho de todos. Comecei como babá, depois fui para 'housekeeper' e então comecei a adquirir casas e assim, com várias indicações, comecei a crescer. Hoje cheguei à marca de mais de 350 clientes e 16 funcionárias, com sede, escritório e um empresa reconhecida dentro de órgãos públicos, comércios e residências”, destaca. Para a empresária, as mulheres estão abrindo mais negócios porque a cada dia o mercado se abre com mais possibilidades de ganhos e investimento. Leia mas sobre negócios na Flórida emBrasileiros criam aplicativo que localiza negócios do Brasil no sul da Flórida
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