Depois de meses de preparação, o Google finalmente tirou do ar o Orkut, primeiro site de rede social usado em larga escala pelos brasileiros. Agora, os usuários não conseguirão mais acessar seus perfis, exportar álbuns de fotos para o Google+ e acessar aplicativos e jogos baseados na plataforma. Até setembro de 2016, quem quiser guardar os dados publicados na rede social poderá exportar os dados do perfil, comunidades e fotos com a ferramenta Google Takeout.
O principal motivo para o fim do Orkut, segundo o Google, é a popularidade de outros serviços da empresa, como YouTube, Blogger e Google+. “O crescimento dessas comunidades ultrapassou o do Orkut. Por isso, decidimos dizer adeus e concentrar nossas energias e recursos para tornar essas e outras plataformas sociais ainda mais incríveis”, escreveu Paulo Golgher, diretor de engenharia do Google, em junho. Desde o anúncio do fechamento do Orkut, o site não aceita novos cadastrados. As comunidades, que estão entre os recursos mais populares da rede social, continuarão disponíveis por meio da web após o fim do Orkut. De acordo com o Google, as mensagens de todos os usuários poderão ser acessadas nessa espécie de “museu on-line”, no site: orkut.google.com. Para impedir que seus comentários em comunidades sejam exibidos na nova página, os usuários deverão remover o Orkut de sua conta Google.
O Orkut foi criado em janeiro de 2004 pelo engenheiro de software turco Orkut Büyükkökten. Ele aproveitou o tempo livre (20% da jornada) que o Google dá aos funcionários para o desenvolvimento de novas ideias. Com grande adesão de indianos e brasileiros — por sete anos, o serviço foi campeão no segmento no Brasil —, a rede despontou como uma das maiores do mundo, brigando com o MySpace, serviço voltado à música que dominou o setor entre 2003 e 2006.
Em dezembro de 2011, contudo, o Orkut perdeu a preferência dos brasileiros para o Facebook, que havia desembarcado havia pouco tempo no país. Ficaria claro, nos anos seguintes, que o Google dedicava pouca atenção ao serviço e que, dessa forma, ele sofreria de “morte natural” — ou seja, seria extinto por falta de interesse de usuários e também de seu proprietário. Em 2012, o gigante de buscas começou a integrar ainda mais os serviços do Orkut ao Google+, deixando claro que esse seria sua prioridade em matéria de redes sociais.