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Exclusiva: Eduardo Bolsonaro fala sobre aproximação com os EUA
Por ter sido o deputado mais votado na última eleição, a convite do American Enterprise Institute for Public Policy Research (centro de estudos conservador baseado em Washington, D.C., que pesquisa o governo, a política, a economia e o bem-estar social) Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) veio esta semana aos Estados Unidos para falar sobre as recentes e futuras mudanças políticas no Brasil e o que o mundo pode esperar do novo governo brasileiro com Jair Bolsonaro à frente da presidência. Durante sua estadia no país, Eduardo participou de reuniões e encontros com influentes personalidades políticas americanas como Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente Donald Trump, a secretária-assistente do Departamento de Estado, Kimberly Breier, o Senador Marco Rubio e o Secretário-adjunto do Tesouro, David Malpass, em Washington D.C, Nova York e Flórida, já revelando o contexto de aproximação com o governo de Donald Trump. Em conversa exclusiva com o Gazeta News nesta sexta-feira, 30, Eduardo mencionou questões-chave do que se pode esperar do governo no Brasil nos próximos anos como o combate à violência generalizada, a necessidade de uma reorganização política do Brasil no contexto sul-americano e o reforço de acordos comerciais entre Brasil e EUA. Combate ao governo de Nicolas Maduro Para o deputado, o panorama político e econômico atual do Brasil não é dos melhores com relação à semelhança com a Venezuela. “Temos que evitar que o Brasil se torne uma Venezuela. Os últimos 14 anos com o PT no governo foram de aproximação política e de regime com aquele país, mas que para o próprio povo não houve benefício, pelo contrário. Vemos que a situação dos venezuelanos está cada dia pior, morrem de fome e estão sem rumo completamente. E com os dois países muito próximos, o risco do Brasil também afundar numa recessão era grande. É isso que vamos evitar, que a crise vinda por um regime como o de Maduro acabe por gerar uma ainda pior no Brasil”, afirma. Na mesma linha de pensamento dos políticos norte-americanos, Eduardo disse que foi apontada uma união entre os países para a destituição de Nicolas Maduro do poder que se daria inicialmente pelo não reconhecimento da última eleição. Cooperação entre as Américas Sobre o cenário político das Américas e as possibilidades de cooperação na região, Eduardo aponta que, nos últimos anos, o Brasil perdeu mercado para a China que hoje é o principal parceiro comercial dos EUA. “O Brasil tem condições de retomar esse mercado produtor e exportador para os EUA. É isso que precisamos discutir porque o Brasil tem muito o que avançar e a ganhar nas relações comerciais”. Além da cooperação comercial, a união com outros países das Américas se daria para o reforço em combater a imigração ilegal com a melhora da economia e geração de emprego nos países de origem. Transferência da embaixada brasileira em Israel Sem aprofundar muito na questão por saber que é um tema delicado e que deve ser tratado pelo futuro Ministro das Relações Exteriores, o deputado apenas apontou que uma possível mudança da embaixada em Tel Aviv para Jerusalém seria para corrigir uma “falha” porque “é constrangedor você ver que a embaixada do seu país não é na capital porque uma força política contrária dentro do próprio país é que manda”. Principais pontos entre EUA e Brasil Além da área comercial, a questão imigratória é outro ponto destacado pelo deputado como importante a ser discutido. Para isso, é preciso reforçar as relações diplomáticas e comercias já existentes, mas principalmente, parar a imigração ilegal. “Temos que acabar com a imigração ilegal que existe porque muitos saem, por exemplo, fugindo da violência e pobreza do próprio país. Melhorando a economia e gerando emprego, essa imigração ilegal diminui”. Exclusão de visto para brasileiros e americanos Segundo Eduardo, o governo de transição tem estudado a não exigência de visto para americano que for ao Brasil para turismo ou negócios como forma de fomentar o Brasil como um local para se fazer negócios e também receber mais turistas americanos. Assim como a exigência do visto para o brasileiro vir para os Estados Unidos também pode mudar. “Existe dentro da embaixada americana um critério de não exigir mais visto a partir do momento em que o número de reprovações for abaixo de 3%. Se obtivermos esse índice ou menos de reprovações, a gente pode pleitear esse benefício. A ideia é atingir essa meta, mas isso fica a cargo de vários outros fatores, mais ainda da parte americana do que da parte brasileira. Ao Brasil, cabe melhorar a segurança e a economia para que tenhamos menos imigrantes ilegais nos EUA”, opina. Falsificação de passaportes Sobre segurança diplomática, Eduardo cita a facilidade de falsificação do passaporte brasileiro que é “muito cobiçado no mercado negro porque qualquer um pode se passar por brasileiro. A gente tem colônia de japonês, de italiano, tem negro, tem índio, é um país multimiscigenado. Qualquer um pode se passar por brasileiro e quase ninguém fala português mundo afora. É uma facilidade que atrai muitos falsificadores”. O passaporte brasileiro passou por recentes mudanças em sua estética, mas que envolveram também segurança. “Houve inclusão de chip, o papel é de melhor qualidade. A mudança do brasão foi muito questionada por muita gente porque tiraram o brasão da República Federativa do Brasil e passaram para a do Mercosul. Houve muita reclamação quanto a isso também”. Ainda sobre a questão diplomática com a Venezuela, o deputado diz que é preciso “prestar atenção no passaporte diplomático venezuelano porque a Venezuela se tornou uma ‘narcoditadura’ e muitas vezes os benefícios com relação à imigração, como não ter a bagagem revistada, ter um acesso mais tranquilo, os venezuelanos estão se valendo disso para cometer crime”, destaca. "Vai haver um amanhã e o sol vai nascer do mesmo jeito" Satisfeito, o deputado, que estará presente e de forma ainda mais próxima no novo governo, fez um resumo sobre sua visita aos EUA. “Está sendo muito bom ver como as pessoas estão curiosas pra saber como será e o que será o governo do Jair Bolsonaro. Todos param e perguntam. Essa visita com certeza já serviu para aproximar o Brasil e mostrar um pouco sobre nossas propostas de mudança”. Para finalizar, Eduardo garante que o brasileiro não tem que se preocupar com o sensacionalismo sobre mudanças propostas como a da embaixada em Israel que poderia provocar qualquer tipo de retaliação do oriente médio ao Brasil, por exemplo. “Vai haver um amanhã e o sol vai nascer do mesmo jeito. Temos que preocupar é com a violência generalizada dentro do país que mata mais do que em países terroristas”, encerra.