Novas medidas de segurança afetarão todos os voos para os EUA
As novas regras de segurança passam a valer nesta quinta-feira, 26, e incluem questionar os passageiros mais detalhadamente sobre informações pessoais, incluindo possível checagem de aparelhos eletrônicos e redes sociais, antes de embarcarem em voos para os Estados Unidos. A medida vem após o governo do presidente Donald Trump exigir controles mais rigorosos em relação a refugiados e imigrantes e proibir o uso de laptops dentro das cabines.
Na última terça-feira, 24, Trump emitiu uma ordem executiva, dando fim à moratória sobre a chegada de refugiados, mas impôs novos controles para passageiros provenientes de 11 países (ainda não revelados quais são) em sua maioria de população predominantemente muçulmana. O decreto anterior abolia a entrada de cidadãos do Irã, Líbia, Síria, Iêmen, Somália, Chade, Coreia do Norte e Venezuela.
"As medidas de segurança afetam todos os indivíduos, passageiros internacionais e cidadãos dos EUA que viajam para os Estados Unidos a partir de um aeroporto internacional", disse Lisa Farbstein, porta-voz da TSA.
Ainda não há muitos detalhes sobre as novas disposições e cada companhia aérea fará o procedimento de maneira diferenciada. A Emirates anunciou que os passageiros serão submetidos a "entrevistas prévias ao check-in", enquanto a Air France afirmou que fará uma "entrevista de segurança" adicional. A Norwegian informou que seus passageiros serão instruídos por mensagens de SMS e que começará o check in quatro horas antes da saída de seus voos para os Estados Unidos.
A Air France, Cathay Pacific, EgyptAir, Emirates e Lufthansa – informarem que começariam os novos procedimentos de segurança a partir desta quinta-feira, 26. Uma sexta companhia aérea, a Royal Jordanian, informou que adotará os novos procedimentos em meados de janeiro.
A estimativa da TSA é de cerca de 2.100 voos diários sejam afetados pela medida, que inclui o "rastreamento aumentado de dispositivos eletrônicos pessoais" e procedimentos de segurança mais rigorosos nas aeronaves e terminais de aeroportos.
As medidas de segurança impostas pelo presidente, que afetam países predominantemente muçulmanos, já reduziram números de voos do Oriente Médio para os EUA. A Emirates, a maior da região, cortou 20% de seus voos para a América na sequência das restrições.
Companhias brasileiras A ANAC -Agência Nacional de Aviação Civil - informou ao GAZETA que as novas medidas de segurança foram solicitadas pelo TSA diretamente às companhias aéreas que possuem voos para os EUA, entretanto, como se tratam de medidas de segurança, os passageiros não são informados e as medidas não são divulgadas. A companhia informou ainda que, "todas as empresas aéreas que voam do Brasil para os EUA estão cientes dessas medidas e já estabeleceram planos de ação para aplicação, conforme orientações do TSA".Em virtude da medida, a Azul informou nesta quinta-feira que os procedimentos de embarque e desembarque dos passageiros dos voos para os EUA começaram a ser operados com maior rigor, mas não entrou em detalhes sobre entrevistas e revistas de passageiros.
Já a LATAM Airlines respondeu que cumpre todas as regras e regulamentos em vigor em cada um dos mercados onde atua, inclusive os do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (U.S. Department of Homeland Security). Ao GAZETA, a companhia informou que “a partir de hoje, 26 de outubro de 2017, a companhia passou a adotar apenas alguns novos procedimentos internos, que não impactam os passageiros. Em 19 de julho deste ano, a companhia implantou novas medidas de segurança para voos de e para os Estados Unidos em acordo com a demanda do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS) para todas as companhias aéreas que operam voos comerciais no país. Como parte das alterações, os passageiros e suas bagagens de mão podem estar sujeitos a inspeções de segurança adicionais durante o embarque".