EUA entregam todos os menores brasileiros separados na fronteira
De acordo a ONU, as crianças devem ser detidas apenas como medida de último recurso e pelo menor tempo possível, mas isso não vem sendo respeitado. "Os Estados Unidos são um dos países com os números mais altos - ainda temos mais de 100.000 crianças em detenção relacionada à migração nos EUA", disse Nowak, que é professor de direito internacional da Universidade de Viena, em entrevista coletiva. O número total das crianças retidas nos EUA é de 103.000, segundo o estudo. A ONU definiu essa cifra como “prudente”, com base em dados oficiais e em fontes complementares confiáveis. O especialista disse que esse número inclui menores não acompanhados, aqueles que foram com suas famílias e aqueles que foram separados de seus pais antes da detenção.Números alarmantes
Os Estados Unidos detêm uma média de 60 em cada 100.000 crianças em seu sistema judicial ou custódia relacionada à imigração, segundo o levantamento - a taxa mais alta do mundo, seguida por países como Bolívia, Botsuana e Sri Lanka.Aumenta número de menores indocumentados em abrigos nos EUA
Esses números comparados com uma média de cinco em cada 100.000 na Europa Ocidental e de 14 a 15 no Canadá, são alarmantes, destaca o estudo. No México, para onde muitos imigrantes da América Central são mandados de volta para esperar o pedido de asilo feito na fronteira dos EUA, também tem números altos, com 18.000 crianças em detenção relacionada à imigração e 7.000 em prisões, diz o estudo. “É claro que separar crianças de seus pais e crianças igualmente pequenas na fronteira dos EUA, como foi feito pelo governo Trump, é absolutamente proibido pela Convenção sobre os Direitos da Criança. Eu chamaria isso de tratamento desumano para os pais e as crianças", completou. Para Manfred Nowak, os Estados Unidos ratificaram grandes tratados internacionais, como os que garantem direitos civis e políticos e proíbem a tortura, mas foram o único país que não ratificou o pacto pelos direitos das crianças. "A maneira como eles separavam bebês de famílias apenas para deter a imigração irregular da América Central para os Estados Unidos, para mim, é tratamento desumano, e isso é absolutamente proibido pelos dois tratados", concluiu Nowak. Com informações da Reuters. Leia tambémFlórida concentra maior número de filhos de brasileiros nascidos nos EUA