As eleições do próximo dia 4 de novembro, que renovará o Congresso norte-americano e 1/3 do Senado, além de eleger governadores, deve registrar uma participação recorde de eleitores hispânicos. Pelo menos 25,2 milhões de latinos estão aptos a votar, atingindo pela primeira vez 11% do eleitorado do país – há dois anos esse número era 10.1%, e 8.6% em 2006. O aumento foi de 3,9 milhões em comparação às eleições de 2010.
Apesar desses números, os latinos ainda registram pequena participação nas urnas já que o voto não é obrigatório. Em 2010, somente 6,6 milhões de eleitores hispânicos votaram, o que representava 31% dos eleitores aptos. A expectativa é que nas eleições de 4 de novembro este número chegue a 7 milhões.
O número baixo de participação se deve a vários fatores mas, especialmente, à idade da comunidade, já que 1/3 se encontra na faixa etária de 18 a 29 anos. Quanto mais jovens os eleitores, menos propensos são a irem às urnas. Segundo o Census norte-americano, 74% dos eleitores latinos nasceram no país e 26% são imigrantes naturalizados. Entre esses, 60% são de origem mexicana, 13% porto-riquenho, 5% cubanos, 4% dominicanos, 3% de origem salvadorenha e 15% de outras nacionalidades.
Mais de 2/3 dos eleitores hispânicos se concentram nos estados da Califórnia, Texas, Flórida, Nova York, Arizona e Illinois. Novo México aparece na fatia de 1/3, mas registra o maior número proporcional: 40.1% dos eleitores aptos são hispânicos. Texas tem 27.4%, Califórnia 26.9%, Arizona 20.3% e Flórida registra 17.1%. Os dados são do Pew Research Center.
Eleitores elegíveis - ou aptos- são cidadãos norte-americanos com mais de 18 anos. Nem todos se registram para votar ou comparecem às urnas.
60% dos latinos preferem os democratas
Apesar do presidente Barack Obama não ter cumprido sua principal promessa de campanha para o latinos, a de realizar uma reforma imigratória, pesquisas recentes mostram que a preferência do eleitorado hispânico continua sendo pelo partido Democrata. Dos 7 milhões de eleitores latinos que devem ir às urnas, no dia 4 de novembro, 34% confirmaram que votarão em algum candidato democrata e 25% disseram estar “inclinados” a também darem seu voto aos candidatos do partido de Obama.
Apesar da vantagem, o partido Democrata perdeu votos latinos nos últimos dois anos. Durante a reeleição de Barack Obama essa porcentagem foi de 71%. Sobre o tema imigratório, 67% dos eleitores consideram o assunto muito importante e essencial para a decisão do seu voto.
Quanto aos republicanos, apareceram na preferência de 19% do eleitorado hispânico. A pesquisa foi realizada pelo America’s Voice, em Washington DC.
Atualmente, republicanos ocupam 234 cadeiras no Congresso norte-americano e 45 no Senado. Democratas são maioria, com 55 senadores, e minoria no Congresso, ocupando 201 vagas.
Pesquisas apontam empate técnico entre Scott e Crist
Os eleitores da Flórida vão escolher, no dia 4 de novembro, quem vai ocupar o cargo de mandatário estadual. Concorrem ao governo do Estado o democrata Rick Scott, candidato à reeleição, e Charlie Crist, ex-governador que tenta voltar ao comando do estado do sol.
A eleição já está em andamento em vários condados, com a votação antecipada (Early Voting) que começou dia 20. Nos Estados Unidos é possível votar antes do dia por correio ou em algumas zonas eleitorais.
Segundo as pesquisas, os dois estão empatados na corrida com 42,6% para o republicano contra 42,3% para Crist. Num estudo mais amplo do Quinnipiac Universit, foi analisado o perfil do eleitor de cada candidato. Charlie Crist aparece com preferido do eleitorado feminino, com 45% contra 39% do republicano. Os números se invertem entre os homens, com 46% da intenção de voto dessa fatia do eleitorado indo para Rick Scott, contra 38% para o democrata.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 20 de outubro, e tem margem de erro de 3,1%.
Último debate
Esses números, porém, não refletem a influência do último debate entre os dois oponentes, que aconteceu no dia 21, considerado importante para levar mais eleitores às urnas, especialmente os latinos.Entre trocas de acusações os dois candidatos puderam também expor suas principais promessas de campanha.
Um dos principais pontos do programa governamental de Crist é o aumento do salário mínimo para $10,10 a hora - atualmente o estado registra um dos menores salários, de $7,93 por hora. Ele também declarou apoio à uma reforma imigratória, que é defendida pelo senador Marco Rubio, e já acenou em entrevistas que é a favor de liberar carteira de motorista para imigrantes em situação irregular.
Em sua campanha defende um programa de aumento de emprego para a classe média e criação de bolsas de estudo para melhorar o nível de educação superior no estado.
Scott também está de olho nos 17% do eleitorado, formado por hispânicos. Na semana passad,a realizou parte dos seus comícios em espanhol, em Miami. Mas o atual governador se apoia na redução do desemprego, que caiu de 11% para 6,1% sua gestão, para se manter no comando. Seus principais pontos de campanha são programas de redução de crimes, e como o concorrente, também defende aumento de emprego e incentivo educacional para que mais floridianos frequentem o college e as universidades.
Concorrem ainda ao governo da Flórida os candidatos independentes Adrian Willie, Farid Khavari e Glen Burkett. Vários outro cargos são disputados, como a vaga de secretário de Agricultura, senadores nacionais e estaduais e juízes distritais.
Mais detalhes sobre os candidatos do seu distrito no website www.election.dos.state.fl.us/candidate. Com informações do “Sun Sentinel”.
Flórida vai votar uso medicinal da maconha
Além de escolher novos legisladores e governador, os eleitores da Flórida também poderão escolher se aprovam ou não o uso medicinal da maconha através da emenda constitucional de n° 2, no artigo 10, permitindo que médicos usem a maconha para auxiliar no tratamento de determinadas doenças. Para ser aprovada, a lei tem que obter 60% de votos, mas pesquisas mostram que o apoio ao projeto vem caindo nos últimos meses. Apenas 48% dos eleitores são a favor da mudança na emenda 2; 44% são contra e 7% são indecisos. Em geral, 47% do eleitorado hispânico se declara favorável ao uso da maconha como medicina e 34% defendem a droga para uso recreacional, segundo o Pew Research Center.
Atualmente, 23 estados norte-americanos já usam a maconha como medicação. Estão nessa lista estados de grande porte como Connecticut, Massachussetts, New Jersey, Novo México, Colorado e Arizona, além de Washington D.C. A Califórnia foi o estado pioneiro, liberando a maconha para uso medicinal em 1996. Nova York só aprovou a mudança em 2014, ao lado dos estados de Maryland e Minnesota, que também aprovaram a lei este ano.
* Com colaboração.