Um grupo de famílias dos EUA e do México se reuniu nos dois lados do porto de entrada San Ysidoro, em San Diego, em uma saga pela sua reunificação. Cinco pessoas do lado dos EUA deram entrada em um pedido de visto humanitário temporário dias antes do dia das mães, na tentativa de passarem a data juntos. Eles alegam que seus familiares considerados “ilegais” têm direito de ficar nos EUA porque são casados com cidadãos americanos e têm filhos americanos também.
Juntos, diante da fronteira, eles deram as mãos e rezaram por uma mudança. Mas os familiares tiveram o pedido de Parole Humanitário negado, de acordo com jornais locais. Na manhã do dia 7, aproximadamente 20 pessoas ingressaram na estação de entrada de San Ysidoro para o pedido do visto, mas o mesmo foi negado.
Com o Parole Humanitário, esses familiares poderiam entrar nos EUA para explorar outros meios para permanecerem no país legalmente.
Allyson Raynecke viajou da Georgia até a fronteira para rever o seu marido, que ela não vê há quase quatro anos e levou seus dois filhos com a esperança de levar o marido para casa. “Quero que sejamos uma família nos Estados Unidos novamente, isso não é justo”.
De acordo com o StMedia.net, há também uma família brasileira envolvida no caso, mas o GAZETA não obteve mais detalhes até o fechamento desta edição.
De acordo com oficiais, dependendo das circunstâncias, a avaliação do pedido pode durar de horas a semanas e é necessário demonstrar sofrimento extremo. “Parece que os oficiais de imigração consideraram que as famílias não estão sofrendo e não lhes deram nem a oportunidade de ficar diante de um juiz”, disse um comunicado do DreamerMoms.
Foi criada uma petição no site da Casa Branca para conseguir 100 mil assinaturas para que o caso dessas famílias sejam considerados: www.petitions.whitehouse.gov/petition/grant-humanitarian-parole-individuals-married-us-citizens.
Mães e filhos celebram o Dia das Mães na fronteira entre Califórnia e México
A música de um mariachi transpassa a fronteira dos Estados Unidos com o México, durante uma festa de Dia das Mães no Parque da Amizade nas praias de Tijuana, organizado pelos grupos Angeles de La Frontera e Dreamers Moms.
Mais de 20 mães, algumas deportadas e outras cujos filhos não puderam atravessar para o México por causa de sua situação imigratória, se reuniram no dia 10 de maio, porém divididos por um muro que faz a fronteira entre os dois países.
Com lágrimas nos olhos, Felipa Lopez, de 80 anos, se apoia na cerca metálica para ver seu filho, Rafael Gutierrez.
Dona Felipa viajou até Tijuana para se encontrar com o filho que não via há 10 anos, sob a supervisão de agentes da fronteira.
“Eu queria abraçá-la, mas com isso me conformo”, disse Rafael, que envia dinheiro todos os meses para que nada falte a sua mãe no México.
“A mães presentes aqui têm no rosto a esperança de uma reforma imigratória justa”, disse Yolanda Varona, presidente do grupo de apoio às mães deportadas, Dreamers Moms. “Esta separação das famílias é como se cortassem sua alma porque nosso corpo está no México, mas o coração e nossos filhos estão nos Estados Unidos”.