Os Estados Unidos planejam impor medidas mais rígidas a viajantes de países europeus e outras nações aliadas em meio a uma preocupação crescente sobre o número de militantes islâmicos que lutaram na Síria e têm passaportes europeus, disseram oficiais americanos. As informações são do "Washington Post".
Os novos passos de segurança estavam previstos de serem anunciados no início da semana pelo Department of Homeland Security e tem como alvo dezenas de países cujos cidadãos são isentos de vistos para entrar nos EUA.
As novas regras irão requerer que viajantes da Europa, Austrália e de outros países deem informações mais detalhadas a autoridades dos Estados Unidos antes que embarquem em um avião para os EUA.
Pela primeira vez, esses viajantes terão que revelar se eles têm passaportes de vários países ou se já usaram recentemente outros nomes – informações que poderão facilitar que autoridades façam buscas em listas de terroristas procurados.
O Secretário do DHS, Jeh Johnson disse em um comunicado que essas mudanças são necessárias para que autoridades saibam mais sobre países que não exigem vistos.
Oficiais disseram que as mudanças surgiram por causa de preocupações com o número de pessoas que lutam na Síria vindas de países dentro do programa “visa-waiver”. Esses cidadãos podem viajar livremente pela Europa e potencialmente para os Estados Unidos. Muitos deles se uniram a um afiliado da Al-Qaeda ou um grupo rival, o Estado Islâmico, que tem tomado territórios e executado reféns americanos e britânicos.
“Muitas pessoas de países que participam do programa de isenção de vistos estão vendo seus cidadãos irem para a Síria para se unir ao Estado Islâmico ou afiliados da al-Qaeda naquele país e estão potencialmente voltando para casa com treinamento”, disse um oficial do DHS. “Nós queremos ter certeza que sabemos exatamente quem está vindo e ter quanto mais informação for possível para fazer uma boa decisão”.
Oficiais americanos disseram que mais de 15 mil estrangeiros se uniram a grupos na Síria. A grande maioria dos países de origem dessas pessoas é no Oriente Médio e norte da África, cujos cidadãos precisariam de um visto para virem para os Estados Unidos. No entanto, mais de 2 mil pessoas vieram da Austrália e países europeus.
O fluxo de pessoas indo para a Síria permanece aproximadamente a mil por mês, mesmo com milhares de bombardeios e esforços de países, incluindo a França, Alemanha e Grã-Bretanha de prevenir seus cidadãos de se unirem à guerra civil da Síria.
As novas medidas do DHS querem aumentar o monitoramento chamado Eletronic System for Travel Authorization, um programa que requer que a maioria dos viajantes de países ocidentais submetam informações detalhadas e obtenham, assim, um código de autorização antes de embarcarem com destino aos EUA.