Os Estados Unidos criticaram duramente uma investigação independente que não encontrou evidências de um programa secreto para o desenvolvimento de armas nucleares no Irã.
O inquérito, realizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com a participação de especialistas do governo americano e cientistas de vários países, concluiu que a pequena quantidade de urânio enriquecido para bombas encontradas no país há dois anos vinha de equipamento paquistanês contaminado e não era prova da existência de armamento.
Mas as autoridades americanas disseram que essas conclusões não dissipavam a preocupação internacional porque o Irã pode estar desenvolvendo armas nucleares de outras maneiras.
O Irã insistiu que o programa é pacífico, mas reiniciou, recentemente, o enriquecimento de urânio apesar de um acordo com Grã-Bretanha, França e Alemanha.
Os três países cancelaram uma rodada de conversações que tinha o objetivo de persuadir o Irã a suspender suas atividades nucleares ligadas a armamentos, levando a protestos diante de suas embaixadas na capital iraniana, Teerã.
As conversações deveriam começar no dia 31 de agosto.
O Ministério do Exterior da França disse que a decisão do govenro iraniano de retomar a conversão de urânio violou um acordo de 2004.
Se o impasse continuar, os Estados Unidos e a União Européia podem levar o caso para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, buscando sanções contra o Irã.
Em meados de agosto, a União Européia ofereceu um amplo acordo ao Irã, que incluía incentivos econômicos, políticos e tecnológicos em troca da suspensão completa de pesquisas ligadas à produção de combustível nuclear.
Mas o Irã, que insiste ter direito a um programa para a geração de energia, rejeitou a oferta.
O porta-voz do Ministério do Exterior da França, Jean-Baptiste Mattei, disse que a decisão de cancelar as reuniões não significa que "não haverá nenhum contato com os iranianos".