“Eu só quero criar meus filhos”, diz brasileiro pai de menina abandonada na lixeira
Por Marisa Arruda Barbosa
O brasileiro Carlos Jimenes vive um dia de cada vez desde que sua vida virou de cabeça para baixo há uma semana. Mas ele tem uma certeza: ele quer criar seus filhos.
Sua esposa Rafaella Sousa foi presa na quinta-feira (9), acusada de jogar a filha recém-nascida em uma lixeira no condomínio onde vivem , em West Boca Raton. Tanto Carlos, quando amigos próximos do casal afirmam que não tinham ideia da gravidez. Carlos foi surpreendido quando sua esposa confessou para ele na frente dos policiais que a criança encontrada na lixeira do condomínio, dentro de um saco de lixo, era sua. “Toda hora eu respondo a mesma coisa. Eu não sabia da gravidez”, afirma. “Se você perguntar a qualquer um da igreja, qualquer vizinho, ninguém vai dizer que ela estava grávida, assim como eu não sabia”, disse. “Ela tinha barriga normal e quando eu olhava dizia que estava ‘pançuda’. E ela dizia que ia para a academia fazer exercício. Eu não via diferença”. Rafaella também afirmou a Carlos que não sabia da gravidez. Mas agora ele desconfia até quando ela não sabia. Quando falou com o GAZETA na terça-feira (14), Carlos estava feliz porque tinha conseguido ver o filho de 3 anos. Tanto o menino quanto a bebê, que Carlos viu por fotos, estão em custódia do estado da Flórida. “Onde me mandam ir eu vou por eles. A menina é muito bonitinha”. Sobre sua esposa, Carlos diz que não sabe muita coisa, pois o juiz proibiu que eles tenham contato. Segundo Carlos, o último contato que ele teve com Rafaella foi na noite em que ela foi presa. “Cheguei do trabalho, a polícia estava em minha casa. Quando a intérprete em espanhol disse que iam fazer exame de sangue na gente eu logo me prontifiquei”, relatou Carlos. “Foi então que ela (Rafaella) me olhou e disse ‘Cuida do Noah (filho de 3 anos), não me abandona. Eu disse: por que Rafaella? E ela disse: ‘o bebê era meu’. E eu olhei para o chão, coloquei a mão na cabeça e disse: ‘Meu Deus do céu’”. Foi então que Carlos se dirigiu ao policial e relatou o que sua esposa, com quem é casado há 10 anos, tinha acabado de revelar.
Carlos relata que logo ficou desconfiado se a bebê era dele e colheu material para o exame de DNA. Mas quando viu foto da menina, ele a achou muito parecida com o irmão. “Se eu soubesse que ela estava grávida jamais a deixaria sem ir ao médico”, afirma. Rafaella, que é natural do Maranhão, disse a Carlos que não sabia da gravidez e quando teve a menina ficou com medo de avisar. “Ela disse que a bebê não respondia de jeito nenhum e que por isso a colocou no lixo. Mas graças a Deus ela sobreviveu”. Parto em casa
Em entrevista ao Palm Beach Post, Carlos disse que acredita que ela tenha tido o bebê no banheiro de hóspedes de seu apartamento de dois quartos e dois banheiros, na madrugada do dia 8. Ele estava dormindo no quarto do casal sem saber que Sousa não estava lá. Quando passou por ela na cozinha, pouco antes de sair para o trabalho na manhã de quarta-feira, ele disse que ela estava ocupada “fazendo sua rotina matinal de sempre”. Ele não possui um advogado e diz que toda a ajuda é bem-vinda, uma vez que não tem muita orientação do que fazer. “Quero criar as crianças, vê-los formados... O pior já passou. Agora é seguir em frente e as coisas se encaixarem”, disse Carlos, que é natural do Rio de Janeiro. “Além do apoio que tive dos amigos, ver meu filho e foto da neném me deu mais forças ainda para continuar”.