Três armas foram apreendidas em escolas do condado de Broward, nas últimas semanas. Uma delas, foi utilizada em um homicídio, e outra confiscada das mãos de uma criança de oito anos.
Na semana passada, três alunos da escola elementar foram flagrados com armas, dois deles na Miramar Elementary School.
As armas estão entre as dezenas apreendidas pelas autoridades e que estavam em poder de estudantes do Sul da Flórida. Há quatro anos, policiais e dirigentes escolares confiscaram 3 mil armas nas escolas de Broward e Palm Beach.
Em Broward, durante o ano escolar de 2007-2008, 503 armas foram apreendidas de estudantes. No ano escolar anterior foram 315. Em Palm Beach foram confiscadas 277 armas no ano escolar de 2007-2008, um número que tem caído nos últimos quatro anos.
A Northeast High School, em Oakland Park, teve o maior número de armas apreendidas no condado de Broward: foram 12 no ano escolar de 2007-08.
As estatísticas do ano passado não foram fornecidas pelas escolas. A Miramar Elementary School teve oito armas apreendidas no mesmo período escolar.
No condado de Palm Beach, a Seminole Ridge High School, em Loxahatchee, teve o maior número de armas apreendidas no ano escolar de 2006-07: foram 11. Benoist Farms, Lantana e Morikami Park elementary schools tiveram cinco, cada uma.
A quantidade de armas apreendidas – armas de fogo e facas – assustam educadores e pais. “Me apavora que... você, na verdade, tem alunos da escola elementar que têm acesso a diferentes tipos de armas e as trazem para a escola”, diz Robin Bartleman, membro do Broward School Board.
O superintendente das escolas de Broward, James Notter, disse que um dos motivos pelos quais seu distrito tem mostrado uma elevação nos números, são os relatórios feitos pelas escolas. “Nós não queremos maquiar qualquer incidente em nossas escolas”, disse.
Agentes do estado, que compilam as estatísticas fornecidas pelos distritos escolares, definem como armas, as de fogo, facas, artefatos com gás ou químicos e soqueiras (soco inglês).
Jogo de empurra
Uma arma na escola levou, há duas semanas, a uma tragédia. Amanda Collete foi atingida com um tiro e morta na Dillard High School. A polícia responsabilizou Teah Wimberly, amiga de longa data. Ambas tinham 15 anos e estavam no programa de artes da escola.
Educadores pedem aos pais que mantenham as armas longe do alcance dos menores, em lugar seguro, e que monitorem o que os filhos levam em suas mochilas.
O superintendente escolar de Palm Beach, Art Johnson, diz que uma das dificuldades em reduzir o número de armas nas escolas é a relutância dos estudantes em denunciar os amigos. “Esse código de silêncio, em alguns casos, apenas estimula o medo”, diz ele.
O superintendente considera o uso de detectores de metal impraticável e ineficaz.
Justificando o absurdo
A procuradora assistente do estado, Maria Schneider, atribui o problema à atmosfera de violência em que vivemos. “Vivemos em uma cultura onde a agressão e o comportamento agressivo estão em toda parte, é nos vídeo-games, na TV, e nas ruas”, diz Schneider.
Lawanda Ravoira, diretora do Nacional Council on Crime and Delinquency’s Center for Girls and Young Women (Conselho Nacional sobre Crimes e Centro para Garotas e Jovens Mulheres Delinqüentes), em Jacksonville, diz que os estudantes sentem-se compelidos a usar armas para fugir do medo. “São freqüentemente as crianças que foram ameaçadas que usam armas, e essa arma dá a elas a sensação de poder, quando se sentem sem forças”, diz.
Segundo ela, mesmo que mais armas sejam encontradas nas escolas, isso não significa, necessariamente, mais risco para os estudantes. “Se você olhar para as estatísticas no País, as crianças ainda estão mais seguras nas escolas do que nas ruas”, disse.
Alguma iniciativa
Um programa do condado de Broward chamado “Silence Hurts” (o silêncio fere), permite que estudantes que vejam qualquer pessoa armada dentro de uma escola, ou se sintam ameaçados, por qualquer motivo, denunciem o fato, anonimamente. Basta ligar para: (754) 321-0911