Diretor Carlos Saldanha conta tudo sobre seu primeiro live-action "Harold and the Purple Crayon"

Natural do Rio de Janeiro, Saldanha faz sucesso em Hollywood com animações como 'Ice Age', 'Robots' e 'Rio'.

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

O diretor brasileiro dirige o live-action "Harold and the Purple Crayon", que estreia no cinema dia 2 de agosto.

O diretor Carlos Saldanha é um brasileiro com muito sucesso em Hollywood, principalmente pelas animações que dirigiu e produziu. Esse carioca da gema codirigiu o primeiro 'Ice Age' (A Era do Gelo) de 2002 e 'Robots' (Robôs) de 2005, dirigiu 'Ice Age 2' de 2006, 'Ice Age 3' de 2009, 'Rio' de 2011 e 'Rio 2' de 2014. A sua última aventura animada foi 'Ferdinand' (O Touro Ferdinando/2017), o touro mais divertido e confuso do pedaço.

Carlos também foi responsável por séries como 'A Cidade Invisível' da Netflix e por 'How To Be a Carioca', disponível no Hulu aqui nos Estados Unidos e no Star no Brasil. Agora, ele dirige o live-action "Harold and the Purple Crayon", que estreia nas salas de cinema de todo o país no dia 2 de agosto. Uma mistura de live-action com animação, o longa conta a história de Harold, um garoto de 4 anos, que cria um mundo mágico usando sua imaginação e um lápis roxo.

Adaptado do romance homônimo infantil de Crockett Johnson de 1955, o roteiro foi escrito por David Guion e Michael Handelman. No elenco estão Zachary Levi, Lil Rel Howery, Zooey Deschanel, Benjamin Bottani, Jemaine Clement, Tanya Reynolds e Alfred Molina como o narrador da história.

Eu tive a oportunidade de conversar com o talentoso diretor, via Zoom.

Jana - Eu adorei "Harold and the Purple Crayon" e senti como uma homenagem ao Crockett Johnson. Mas, o que te atraiu no roteiro e como você se envolveu no projeto?

Carlos - Quando eu li o roteiro, eu lembro que eu tinha lido esse livro para minhas crianças. E o que eu tinha amado nesse livro é a simplicidade da temática, da imaginação. É como você consegue desenhar a sua vida, né? Eu acho que a vida você desenha o seu caminho... e de uma forma muito lúdica, muito bonita, muito interessante, e bem simples. Porque os livros são bem simples. Então, quando eu li o roteiro, eu primeiro fiquei imaginando, nossa, como é que eu vou contar essa história em filme.

Então, a gente começa o filme com animação e depois ele vai para o mundo real, mas Harold continua desenhando. Ele continua usando, mas dessa vez de uma forma de 3D, uma forma mais dinâmica, porque as coisas viram de verdade mesmo. Então, assim, eu me diverti muito fazendo. E me atraiu justamente isso. É o poder da imaginação que me forçou a imaginar uma história maior do que o livro tem.

Jana - Eu gostei bastante da cinematografia do Gabriel Beristain, como foi trabalhar com ele?

Carlos - O Gabriel foi fantástico. Ele me ajudou muito. Porque como eu saí do mundo da animação, entrei no mundo de live-action, assim, é um mundo diferente. E eu fui para aprender também. Então, ele segurou muito a minha mão. Ele é um cara extremamente experiente. Fez filmes grandes, Marvel, aquelas coisas. Ele tinha muita experiência com efeitos... e ele me ajudou muito a guiar a minha visão dentro de uma linguagem cinemática de live-action também. Foi incrível e muito gratificante essa colaboração.

Jana - Como foi escolher o Harold? Por que Zachary Levi?

Carlos - Eu era fã do Shazam e achei incrível. Eu já conhecia o trabalho dele na televisão. Ele o Chuck, que era uma personagem interessante. Mas quando ele fez Shazam, eu achei que ele foi perfeito. Porque ele é bem grandão. Ele tem, tipo, um metro e noventa. Ele é bem grande e faz uma presença.