Comunicados enviados pelo secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, às embaixadas americanas em todo o mundo, nas últimas semanas, mas que foram divulgados somente agora, ordenam que sejam identificadas "populações que justifiquem maior análise" para a concessão de vistos e que o rigor para a emissão do documento seja aumentado para determinados grupos que pretendem viajar ao país.
Além disso, Tillerson também determinou que as mídias sociais de solicitantes de vistos sejam verificadas obrigatoriamente sempre que for identificado que o viajante esteve em algum território controlado pelo Estado Islâmico. "Os funcionários consulares não podem hesitar em recusar nenhum caso que apresente questões preocupantes de segurança", escreveu Tillerson. "Todas as decisões de visto são decisões de segurança nacional", frisou.
O preenchimento de um detalhado relatório também faz parte do pacote de novas orientações do governo. Entre as informações adicionais que serão cobradas de quem for considerado dentro do grupo suspeito estão o histórico de viagens e de trabalho e os endereços da pessoa nos últimos 15 anos, além de números de telefone, endereços de e-mail e contas de mídia sociais utilizados nos últimos cinco anos.
As ordens comunicadas não especificam que critérios –como nacionalidade ou sobrenome, por exemplo– deverão ser observados para determinar os alvos das novas medidas. O aumento do rigor poderá ser aplicado também a solicitantes de visto de turismo e de negócios e familiares de residentes nos EUA.
No ano passado, os EUA emitiram mais de 10 milhões de vistos para estrangeiros. As novas regras, ao que parecem, só pouparão os 38 países cujos cidadãos têm a entrada facilitada pelo programa de isenção de vistos –como a maioria das nações europeias, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul. O Brasil não faz parte desse programa, mas não há nenhuma referência específica ao país nos telegramas.
Com informações do The New York Times e Reuters.