A facilidade de dizer que é Fake News
Quantas vezes ouvimos ou lemos essa expressão atualmente? Milhares. É muito fácil comentar em uma matéria citando-a como 'fake news', mas sem abrir e ler seu conteúdo, sem ao menos checar sua veracidade e sua fonte. Isso não contribui em nada, pelo contrário, prejudica a sociedade. Milhares de notícias falsas são criadas diariamente, mas mesmo assim, isso não pode ser usado como desculpa quando uma notícia está em desacordo com a sua opinião pessoal. Discordar, mas com argumentos que refute a ideia central, é a melhor saída. Não é xingar a mãe do vizinho ou da pessoa do comentário acima que vai mudar o mundo e muito menos melhorar a realidade. A evolução só acontece quando há ideias e opiniões contrárias e uma discussão sadia sobre o assunto que leve a alguma mudança. Entre 27 países, o Brasil é o sétimo em ranking de intolerância. Essa outra estatística é de uma pesquisa de 2018 onde o Brasil aparece empatado com Estados Unidos, Polônia e Espanha. 84% dos brasileiros veem uma divisão no país. No geral, a percepção é que o mundo está mais dividido do que dez anos atrás; 62% dos brasileiros pensam assim do país. Por isso, prevalece a recomendação para um mundo menos chato e violento: menos intolerância e mais respeito com a opinião contrária. Para a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, até há alguns anos, o brasileiro zelava por uma imagem "de muito receptivo, muito aberto" que servia de verniz para uma intolerância e um autoritarismo que ficavam escondidos e que estavam enraizados na própria história do país - a característica mais marcante do "homem cordial" descrito em 1936 pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda.