
E os brasileiros continuam fazendo sucesso cada dia mais aqui na terrinha do Tio Sam. Não importa a área de atuação, o talento brasileiro está sempre presente.
Dessa vez, tive a oportunidade de conversar com a premiada diretora Mônica Demes, que viveu em Madrid por 11 anos e agora vive no estado de Iowa.
Na Espanha, ela colaborou com o ator Camilo Calvo, onde dirigiu seu primeiro curta-metragem chamado Halloween, o que atraiu a atenção de David Lynch. Mas, não vamos falar do premiado curta-metragem e sim do primeiro longa metragem da carioca,
Lilith’s Awakening.
O longa é um terror psicológico que conta a história de Lucy, uma mulher sexualmente reprimida, presa em um casamento sem amor e um emprego sem futuro no posto de gasolina de seu pai, em uma pequena cidade de Iowa.
A mudança da sua existência acontece à noite, quando sonha com uma mulher bela e misteriosa que vive na floresta ao lado da sua casa modesta. Uma noite, um mecânico que trabalha para seu pai tenta seduzir Lucy, despertando nela uma força estranha e incontrolável.
Quando eles marcam um encontro noite na floresta, a mulher dos seus sonhos, vai ao fatídico encontro. O elenco inclui Sophia Woodward no papel principal de Lucy, a cantora brasileira Barbara Eugenia como Lilith, Steve Kennevan, Sam Garles e Lloyd Wilcox.
Lilith’s Awakening
foi premiado pela Motion Pictures Association Iowa nas categorias de melhor diretor, melhor atriz e melhor fotografia.No dia 11 de junho, o longa terá sua estreia mundial durante o festival de Dances with Films Film Festival, aqui em Los Angeles.
Vamos conferir trechos da entrevista feito pelo telefone na semana passada:
Jana – Por que você fez o filme em branco e negro?
Mônica –
Pra mim, o branco e negro é uma declaração de intenção do diretor. Quando você escolhe fazer um filme em branco e negro, você está dizendo para o espectador que isso que você está vendo não é a vida real, você vai entrar em um mundo de sonhos, de fantasia, num conto de fadas. Então, é por isso que o filme foi gravado em branco e negro. A ideia do filme é que você se sente e seja transportado para um mundo de sonhos.
Jana – Qual foi sua inspiração para a história?
Mônica –
Eu gosto muito de Medita, onde eu estou, e sentir a energia do lugar. Então, quando eu estava no Iowa, o que mais me chamou a atenção foram os invernos glaciares, muito frio; a distância entre os lugares; a natureza forte, lá é um lugar agrário com plantações de milho por toda parte; todo mundo anda de carro, fazendo com que as pessoas falem pouco, não se comunicam muito entre si e o clima americano dos puritanos muito presente na sociedade conversadora do Iowa. Então, eu vi que lá seria o lugar ideal para eu gravar meu filme de vampiros. E era necessário esses horizontes vastos e essa falta de comunicação entre as pessoas.Jana – Qual foi o maior desafio para realizer esse filme?
Mônica –
Estavámos gravando em duas cidades bem pequenas de Iowa e o único posto de gasolina que encontrei era de uma senhora de 85 anos de idade. Imagina uma pessoa brasileira falando inglês com sotaque no interior do Iowa e dizendo para essa senhora que teria que ser ali porque não tinha outro posto nas proximidades.Não perca a continuação da entrevista na próxima edição do Gazeta News!