Diminui número de estudantes estrangeiros nos EUA

Por Arlaine Castro

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Estudar nos Estados Unidos é um sonho para muita gente. Porém, o número de estudantes internacionais que ingressam nas faculdades e universidades no país vem caindo. No ano letivo de 2017-18, pelo segundo ano consecutivo, menos matrículas de estrangeiros foram feitas, de acordo com pesquisa feita pelo Institute of International Education divulgada pela Reuters. Dentre os fatores que contribuem para essa diminuição está a alta do dólar, somado ao rigor da política de vistos e imigração pela administração Trump, segundo administradores de faculdades e analistas de imigração. As novas matrículas no ano letivo de 2017-18 caíram 6,6% em comparação com o ano anterior, de acordo com a pesquisa anual divulgada pelo Instituto. Esse resultado segue um declínio de 3,3% em novos estudantes internacionais registrados no ano letivo de 2016-17, diz a pesquisa. Similar aos anos anteriores, o maior número de estudantes estrangeiros continua sendo da China, Índia e Coreia do Sul, que juntos representam 56,1% de todos os estudantes internacionais. Os estudantes brasileiros com vistos somaram 23.843 em 2017; 20.445 em 2016; e 28.911 em 2015, de acordo com o U.S. Department of State - Bureau of Consular affairs. Esses totais de vistos de estudantes incluem as três categorias F-1, J-1 e M-1. Inlingua fecha as portas e prejudica visto de estudantes brasileiros na FL O número total de novos estudantes internacionais nos Estados Unidos em 2017-2018 cresceu 1,5% para um recorde de quase 1,1 milhão, mas foi o menor aumento em relação ao ano anterior desde 2005. O crescimento no total de matrículas foi impulsionado por um aumento de quase 16% no número de estudantes que optaram por permanecer nos Estados Unidos após concluírem seus estudos para trabalhos de curto prazo, conhecidos como “treinamento prático opcional”. Sonho negado Do Rio de Janeiro, o estudante A. D., que prefere no momento não se identificar, teve o pedido para estudar nos EUA negado há duas semanas. Segundo o carioca, ele não sabe o motivo da recusa, mas fez a solicitação pela escola de idiomas Inlingua, que se encontra em meio a um escândalo e fechou suas unidades na Flórida sem aviso prévio aos alunos e professores na semana passada. Coincidentemente, sua entrevista aconteceu no mesmo dia em que a escola anunciou o fechamento na Flórida. “Jamais passei por uma situação semelhante a esta aqui no Brasil. Lutamos para ter alguma coisa e sofrer um golpe deste vindo de um lugar onde acreditávamos que a justiça era eficaz, realmente é muito difícil de digerir”, desabafa. Fatores para a diminuição A moeda americana mais valorizada e a concorrência de universidades em outros países, além do rigor da política imigratória são as principais causas apontadas pelos administradores de faculdades e analistas de imigração. DHS planeja aumentar taxas para vistos de estudantes “O dólar forte tornou as universidades americanas relativamente mais caras, as universidades canadenses e europeias estão competindo ferozmente pelos mesmos estudantes e as manchetes sobre tiroteios em massa também podem ter detido alguns estudantes”, disse Allan Goodman, presidente do IIE. Em contrapartida, em defesa do governo está Caroline Casagrande, funcionária do Departamento de Estado, que disse que o "achatamento" nas matrículas de estudantes internacionais começou com o ano de 2015-2016, antes do início da administração Trump e que o governo está empenhado em facilitar a viagem legítima para os Estados Unidos de indivíduos que querem estudar em instituições acadêmicas norte-americanas. Restrição a possíveis pedidos de residência permanente Atualmente, os estudantes podem permanecer por um período indefinido de estudo, e os defensores de intercâmbio se preocupam com essa mudança, que dificultaria o recrutamento de estudantes e a limitação de sua flexibilidade no país. Em agosto, a administração mudou a maneira pela qual os visitantes internacionais e de intercâmbio acumulam “presença ilegal”, uma violação que pode resultar na proibição do país por até 10 anos. Várias faculdades processaram a mudança, argumentando que isso causaria o "banimento de um número incalculável de estudantes internacionais e visitantes que agem de boa fé". Para a advogada de imigração, Ingrid Domingues, para se ter mais chances de ter um pedido de visto ou mudança de status de turista ou estudante, por exemplo, aprovado, a escolha de um advogado ou de uma boa escola onde se pretende estudar (se esta tem mesmo o registro no SEVIS), confirmar uma boa situação financeira e mostrar a facilidade para ter esse dinheiro no dia a dia quando se estiver em solo americano são requisitos essenciais. USCIS anuncia mudanças para os vistos F, J e M a partir de agosto Estudante chinês da Flórida perde visto e é deportado Caso Inlingua FL: donos envolvidos em transações fraudulentas e falência