Mulher morre após contrair bactéria carnívora em praia da Flórida
No dia 9 de junho, a adolescente Kylei Brown, de 12 anos, que mora em Indiana e estava a passeio na Flórida, molhou as pernas na praia de Crystal Beach, em Destin, cidade no noroeste do estado. A garota estava com um corte no pé, segundo a mãe. Dias depois, ela precisou passar por três cirurgias e tomar diversos antibióticos e por pouco não morreu. Leia o caso completo emAdolescente de Indiana quase morre ao contrair bactéria carnívora em praia da Flórida
Em março, o turista Barry Briggs, de Ohio, visitava a família na Flórida e contraiu a bactéria no pé durante um passeio de barco na Weedon Island Preserve, em Tampa Bay. Felizmente, ele foi levado para o hospital e submetido a cirurgia que impediu o pior. Leia a matéria completaTurista de Ohio contrai bactéria carnívora durante passeio na Flórida
Já o pescador e morador da Flórida, Mike Walton, estava pescando perto da costa de Palm Harbor, no Golfo do México, quando um anzol cortou sua mão. Ele foi internado no Hospital Geral de Tampa e por pouco não perdeu o membro infectado. Leia todo o caso emPescador da Flórida contrai bactéria carnívora ao se machucar com anzol
Feridas ou corte na pele e ingestão
Assim como outras bactérias, a vibrio vulnificus existe aos milhões e é naturalmente encontrada em águas quentes e salgadas, como no Golfo do México, segundo o Departamento de Saúde da Flórida (Florida Department of Health). O perigo é que a bactéria penetra no corpo humano por meio de ferimentos ou cortes na pele. Quando isso ocorre, a infecção impede a circulação sanguínea e faz com que o tecido morra e a pele se decomponha– por isso o apelido de ‘bactéria carnívora’. Se não tratada a tempo, ela pode levar a amputação do membro e até à morte. Em menos casos, a vibrio vulnificus também pode ser contraída pela ingestão de mariscos crus, como ostras. Nestes casos, sintomas mais comuns são diarreia, vômitos e dor abdominal, mas se a bactéria invadir a corrente sanguínea poderá causar febre, calafrios, lesões e queda de pressão. Nestes casos, é possível fazer tratamento somente com antibióticos.Água e areia
O Departamento de Saúde alerta ainda que não é somente nas águas quentes que há o risco desse tipo de bactéria - ela também cria colônias nas areias das praias. Segundo o DOH, a bactéria é inofensiva até que tenha contato com qualquer ferida aberta que permite sua entrada no organismo humano. Por isso, o departamento diz que não testa especificamente as praias para a vibrio vulnificus, somente a pessoa infectada. "Não testamos bactérias conhecidas por causarem infecções porque elas são muito comuns", cita o órgão, que reforça a recomendação de que qualquer pessoa que esteja com alguma ferida aberta deve evitar ter contato com areia ou água da praia, piscina ou banheira. "As pessoas não 'pegam' fascite necrotizante, é uma complicação ou sintoma de infecção bacteriana que não foi tratada de forma adequada e rápida", salienta o departamento de saúde. Apesar dos casos, o órgão relata que não foi contatado diretamente por nenhuma das pessoas ou familiares dos casos recentes de infecções e que a falta de contato torna difícil a investigação das circunstâncias e dos locais envolvidos.Cuidados e prevenção
Dada a crescente preocupação e casos da doença, o departamento de saúde lançou a campanha "Swim it, Shore it, Dodge it", onde informa aos banhistas dicas de como curtir as praias de forma segura, como: - Evite andar, sentar ou nadar nas praias se estiver com machucado ou ferida aberta; - Limpe e trate adequadamente a ferida após exposição acidental com água ou areia; - Procure tratamento médico imediatamente em sinal de infecção, como febre, dor e inchaço; - Comunique ao médico a exposição da ferida aberta às águas da área, piscinas ou banheiras.Sintomas e tratamento
Segundo o departamento de saúde, geralmente, até três dias após o contato, os primeiros sintomas são vermelhidão e inchaço no local da ferida, seguidos de febre e dor, seguidos de calafrios, bolhas, lesões na pele, dor intensa e pressão arterial baixa. Se não for tratada dentro de dois ou três dias, a morte acontece de forma rápida. A maioria dos casos exige cirurgia para a retirada do tecido infectado, acompanhado de fortes antibióticos.Condados
O condado de Hillsborough lidera o número de casos, com 29 relatos e 9 mortes desde 2008, quando o estado começou a rastrear a doença. Logo depois, em sequência, são os condados de: Escambia: 23 casos, 5 mortes Brevard: 21 casos, 9 mortes Lee: 21 casos, 8 mortes Pinellas: 19 casos, 7 mortes Broward: 17 casos, 6 mortes. Mesmo com o tratamento, a fascite necrosante tira a vida de uma em cada três pessoas que a desenvolvem, apontam os Centros para Controle e Prevenção de Doenças. Pode levar à sepse, choque e falência de órgãos, de acordo com o CDC. Porém, a maioria das pessoas que perde a vida pela doença geralmente possui outros problemas de saúde, como diabetes, doenças renais ou câncer. Cerca de 700 a 1.200 casos de fascite necrotizante são relatados a cada ano nos Estados Unidos, informa o CDC.