O “New York Times” publicou, nesta semana, reportagem onde avalia que as candidatas à Presidência, Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT), são uma prova concreta de que a democracia tende a ‘amansar’ líderes com origens radicais.
O veículo destacou que, se no passado Dilma participou de um grupo de guerrilha urbana e foi torturada pela Ditadura Militar, durante seu governo, a petista negociou um governo de coalização com o PDMB. “Um partido de centro flagelado por escândalos”, classificou o “NYT”.
Já Marina, que é ex-militante do Partido Comunista e do PT, na corrida eleitoral deste ano, acena com políticas mais amigáveis ao mercado e tem como vice um político muito próximo de grupos do agronegócio - rivais históricos da candidata do PSB.
Por outro lado, a publicação afirma que ter duas mulheres brigando voto por voto pelo Planalto reflete a consolidação da democracia brasileira desde o fim da Ditadura Militar e que o ringue eleitoral agora é pautado pelo duelo de duas visões de governo.
De um lado está o desenvolvimentismo defendido por Dilma e, do outro, o ativismo ambiental de Marina, que defende a ampliação das energias renováveis na matriz energética brasileira e proteção da floresta Amazônica.
Para o jornal, a ascensão da candidata do PSB nas eleições resume as mudanças sociais que varreram a sociedade brasileira nos últimos anos e seria “um símbolo do sentimento contra a ordem estabelecida que enerva o Brasil, incluindo ansiedade diante de uma economia lenta e cansaço com a corrupção política”.
O “New York Times” lembra que, se eleita, Marina será a primeira negra a ocupar o cargo máximo de um país onde o poder político ainda está concentrado nas mãos dos brancos.