Defesa de ex-brasileira extraditada para os EUA se baseia em violência doméstica

Por Gazeta News

Claudia Hoerig is escorted out of Judge Andrew Logan's courtroom, Tuesday, Feb. 6, 2018, at the Trumbull County Courthouse in Warren. Judge Logan set a trial date of April 16, 2018 for the 2007 aggravated murder of her husband, Karl Hoerig, in their Newton Falls home. (Nikos Frazier | The Vindicator)
Os defensores públicos que representam a ex-brasileira Claudia Sobral, extraditada em janeiro deste ano sob a acusação de assassinar o marido, Karl Hoerig, em março de 2007 e fugir para o Brasil, irão basear sua defesa em violência doméstica que a vítima alega ter sofrido e que motivou o crime. O julgamento está marcado para o dia 17 de setembro e o juiz responsável pelo caso Andrew Logan, de Trumbull County, Ohio, concedeu permissão em maio aos defensores públicos para contratar, à custa do estado, um psicólogo especializado na chamada “battered woman syndrome” ou “síndrome da mulher espancada” e que deve também testemunhar a favor de Claudia. O juiz, em sua decisão proferida em 10 de maio, citou um caso de 2010 ocorrido também em Ohio e que indicou que um réu pode contratar um especialista para mostrar que a síndrome da mulher espancada muitas vezes faz com que uma mulher tivesse uma “crença genuína de que ela corria perigo iminente de morte” ou grande dano corporal e que seu único meio de fuga era o uso da força ”. O psicólogo James Eisberg irá ajudar os defensores a preparar a defesa de Claudia. O estado vai pagar os serviços do psicólogo porque, já na primeira audiência preliminar em fevereiro, Claudia foi declarada “indigente”, o que também lhe rendeu o direito de ser representada por defensores públicos, segundo publicado pelo jornal The Vindicator de Ohio. Legítima defesa Claudia foi acusada de homicídio qualificado pela morte de Karl Hoerig em março de 2007. Ela então fugiu no mesmo dia para o Brasil e foi presa 11 anos depois. Em um caso que durou anos para ser resolvido e foi o primeiro sobre extradição de um cidadão brasileiro, Claudia perdeu a cidadania brasileirapor decisão de Supremo Tribunal Federale foi extraditada, indo direto para na cadeia em Ohio. Cláudia não nega que atirou no ex-marido para matar, mas alega que o crime foi em em um ímpeto de raiva, quando ela lhe disse que ia cometer suicídio e ele rebateu que fosse se suicidar na garagem da casa, para não sujar as paredes e o carpete de sangue, de acordo com o relatório do tribunal. De acordo com informações do Conjur, que acompanha o caso, na viagem de volta aos EUA, ela declarou aos investigadores que foram buscá-la que sofria abusos físicos, mentais e sexuais constantemente. Contou que Karl tinha fetiches sexuais que a deixavam totalmente desconfortável. A família e os amigos da vítima negam. Leia mais sobre o caso de Claudia Sobral em Primeira brasileira a ser extraditada pode ir para o corredor da morte nos EUA