O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), foi condenado nesta quinta-feira, 30, pelo juiz federal Sérgio Moro a 15 anos e 4 meses de prisão, por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas. O ex-deputado foi condenado em ação penal sobre propinas na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.
O juiz, que conduz a operação Lava Jato, já havia decretado prisão preventiva de Cunha em 19 de outubro do ano passado.
O ex-presidente da Câmara recebeu propina de 1,5 milhão de dólares da compra, pela Petrobras, de 50% dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África, avaliado em 34,5 milhões de dólares. O negócio foi tocado pela Diretoria Internacional da estatal, cota do PMDB no esquema de corrupção.
O prejuízo estimado à Petrobrás, pela compra do campo de petróleo, de acordo com Moro, foi de cerca de 77,5 milhões de dólares - conforme levantamento da Comissão Interna de Apuração da estatal. “A culpabilidade é elevada. O condenado recebeu vantagem indevida no exercício do mandato de deputado federal, em 2011”, observou o juiz na sentença.
Segundo o magistrado, a responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. "Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente”.
