Crianças 'são maiores vítimas' de tremor, diz Exército do Paquistão

Por Gazeta Admininstrator

As crianças foram as maiores vítimas do terremoto que atingiu o sudeste da Ásia no fim de semana, de acordo com um porta-voz do Exército paquistanês, que está comandando os esforços de resgate no país.
O general Shaukat Sultan disse à agência de notícias France Presse que toda “uma geração” de jovens foi eliminada pelo tremor, que se estima ter matado mais de 20 mil pessoas no Paquistão – há quem acredite que o balanço final pode chegar ao dobro disso.

Segundo ele, muitas das crianças morreram como resultado do desmoronamento de escolas onde elas se encontravam.

O terremoto de sábado chegou a 7,6 pontos na escala Richter, atingindo partes do Paquistão, da região da Caxemira (que é administrada pelo Paquistão e pela Índia) e da Índia.

Acesso

Muitas das áreas que foram afetadas pelo terremoto só começaram a ser acessadas por equipes de resgate nesta segunda-feira.

Foram necessários dois dias para reabrir as estradas que dão acesso às cidades de Muzaffarabad, capital do lado da Caxemira administrado pelo Paquistão, e Balakot, na província paquistanesa da Fronteira Noroeste, possibilitando o envio de alimentos e suprimentos médicos.

Acredita-se que 11 mil pessoas tenham morrido em Mazaffarabad, onde metade das construções teria sido destruída na tragédia.

“As pessoas perderam tudo, não têm roupas ou comida, nada”, disse Asim Butt, um morador de Mazafarabad, à agência de notícias Reuters. “As pessoas começaram a roubas coisas das lojas.”

Em Balakot, a reabertura da estrada que dá acesso à cidade permitiu a chegada de maquinário pesado para remover os escombros.

Mas um correspondente da BBC na cidade diz que os equipamentos só podem fazer uma pequena diferença na imensa montanha de ruínas que existe hoje em Balakot.

Enquanto isso, moradores estão procurando sobreviventes com pás e picaretas, e algumas pessoas foram retiradas dos escombros, como quatro mulheres que estavam em uma loja.

Helicópteros

O governo do Paquistão reconheceu que a escala do desastre que atingiu o noroeste do país e a região da Caxemira ultrapassou a sua capacidade de resposta, mas disse que os trabalhos de ajuda agora estão ganhando impulso.

Vários países responderam a apelos do governo por ajuda, enviando barracas, cobertores, remédios e helicópteros de transporte.

O governo dos Estados Unidos prometeu US$ 50 milhões para os trabalhos de resgate e já enviou oito helicópteros de sua base aérea no Afeganistão.

Já o coordenador dos trabalhos de emergência da ONU, Jan Egeland, disse que centenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas na tragédia.

Agências de ajuda humanitária dizem que 120 mil pessoas estão precisando urgentemente de abrigos e que o total de pessoas que perderam suas casas no terremoto pode chegar a 4 milhões.