A corrida de Dilma, Marina e Aécio - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Chegou a hora em que os brasileiros por todo o mundo exercerão seu direito de voto, ao votar nas eleições presidenciais no dia 5.

Vivendo no exterior, conforme falamos há algumas semanas, brasileiros se baseiam em sites na internet, nas redes sociais e na troca de ideias com outros brasileiros para tomarem sua decisão.

Vale colocar aqui um pouco do que os editoriais no Brasil estão falando esta semana sobre as últimas pesquisas divulgadas esta semana.

Como temos visto, a candidata Marina Silva, alvo de ataques das campanhas dos dois lados, caiu nas pesquisas eleitorais nestas últimas três semanas e a maior beneficiária disso é, sem dúvida, a candidata do PT, Dilma Rousseff. Mas, com lenta, porém sistemática recuperação, Aécio Neves se aproxima da candidata do PSB e, se crescer mais cinco pontos percentuais, pode ultrapassar Marina e voltar ao jogo eleitoral, recuperando a segunda vaga para disputar uma nova rodada.

Como disse o colunista João Bosco, do “Estado de São Paulo”, a queda de Marina está sendo tão rápida quando sua ascensão, quando foi colocada na candidatura para a presidência pelo destino, depois da morte trágica de Eduardo Campos em um acidente aéreo.

Segundo Cristiana Lôbo, colunista de “Os Bastidores da Política” no “G1”, o risco agora é Dilma conquistar mais votos e se aproximar de uma vitória no primeiro turno – hipótese ainda distante. Com a queda de Marina, Dilma ganhou mais força nas simulações de segundo turno e abriu vantagem sobre a adversária. Mas caiu de 11 para oito pontos percentuais a vantagem sobre Aécio num eventual segundo turno.

Nas últimas semanas, Dilma dedicou seu horário de propaganda eleitoral a “desconstruir” a imagem de Marina Silva e foi no mesmo período que ganhou seis pontos percentuais. Dilma teve a ajuda de Aécio Neves, que também recuperou cinco pontos. Mas, como a candidatura do tucano havia desidratado com a entrada de Marina na disputa, ele ficou igual. Estava com 20% das intenções de votos, caiu a 15% e agora está de novo com 20%, segundo o Datafolha. Neste período, Marina, que havia empatado com Dilma em 34% das intenções de votos, perdeu nove pontos percentuais e está agora com 25% das intenções de voto. Apenas cinco pontos à frente de Aécio.

Dessa forma, não se pode afirmar que a estratégia de Aécio de também bater em Marina teve como beneficiária apenas Dilma Rousseff. Ele também se recuperou, pois sua candidatura poderia ter “derretido”. Mas, é fato também, que, ao engrossar as críticas à ex-senadora, ele deu mais credibilidade às críticas do PT, que, ao longo desse período, foram bem mais intensas e direcionadas, especialmente ao eleitor de menor escolaridade e mais baixa renda, onde Marina começava a entrar e ameaçar o favoritismo de Dilma.

Ainda segundo Lôbo, há algo contraditório na pesquisa Datafolha, divulgada no dia 30: 76% dos entrevistados querem “ações diferentes” no próximo governo e apenas 15% querem ações iguais. Ou seja: o desejo de mudança continua presente. Porém, quando a pergunta é sobre quem estaria mais preparado para conduzir estas mudanças, é Dilma Rousseff (34% contra 24% para Aécio e 23% de Marina).