Uma coisa é certa, o ano de 2014 vai ser inesquecível para o Cruzeiro. Se eu fosse cruzeirense, estaria desesperado com essa constatação.
O motivo? Ser inesquecível não significa ser bom. A boa notícia é que o Cruzeiro pode ser Campeão Brasileiro e da Copa do Brasil. A má, e que me deixaria desesperado, é que o time também pode não ser campeão de nenhuma das duas competições. Morrer na praia dessa vez pode causar um trauma eterno. Signicaria ter perdido um “título ganho” do Campeonato Brasileiro e, pior, ter perdido a Copa do Brasil para o arquirrival Atlético.
Essa decisão, por sinal, depois dos 2 a 0 para o Galo no primeiro jogo… deixa pra lá. O clássico mineiro é um dos mais legais entre todos os clássicos do Brasil. Acho mais legal do que qualquer encontro de grandes times paulistas ou cariocas. Compararia ao Gre-Nal, no Rio Grande do Sul.
Acompanhei o primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil em um restaurante de Nova York, onde a torcida “Galo York” foi fundada. Os mineiros, principalmente atleticanos, se encontram lá para assistir aos jogos. Dessa vez, transformaram o local em território brasileiro. Mais do que isso, Nova York, ali, virou BH.
Lá, apesar da maioria ser de atleticanos, encontrei alguns cruzeirenses. Como diria minha mãe, que é mineira, eles entraram mudos e saíram calados. Quem estava com a camisa azul não gritou, não festejou, não acreditou em nenhum momento. Foi um reflexo do time. O segundo jogo é no Mineirão, com a torcida do Cruzeiro nas arquibancadas. O time precisa ser mais vibrante para receber apoio desde o início. Se não, com o passar do tempo, o desespero vai chegar e isso poder ser o pior dos inimigos.
Por isso, se eu fosse cruzeirense, estaria preocupado. Mais do que isso, acho que, até o dia 26, data da segunda partida, estaria internado em casa, rezando. Evitaria as redes sociais, evitaria os amigos atleticanos. Sofreria escondido, sozinho. Agora, se ganhar... Aí sim, sairia feito um louco para um buzinaço. Ligaria para todo mundo. Para os cruzeirenses para comemorar, para os atleticanos para gritar:
“Sempre acreditei. Eu já sabia!”
Avaliações da Semana
BOLÃO Fabrício Werdum O brasileiro conquistou o título interino dos pesados do UFC. Werdum nocauteou o gordinho Mark Hunt no segundo Round. Hunt é “queixo duro” e costuma dar trabalho aos adversários. O brasileiro manteve a calma, mesmo quando levou uns golpes duros, e ganhou a luta, realizada na Cidade do México.BOLACHA Novak Djokovic Ele ganhou o Master de uma maneira mais do que tranquila. O adversário, Roger Federer, não jogou a final por causa de uma contusão nas costas. Ou seja, é como se o Djoko tivesse ganhado por “W.O.” Mais um título para o tenista sérvio, que, com essa vitória, chega aos 57.8 milhões de euros ganhos em prêmios ao longo da carreira.
BOLINHA Federeção Internacional de Judô A IJF não vai mais permitir que judocas ranqueados por ela participem de qualquer outro esporte de combate que não seja o judô, como jiu-jitsu, wrestling ou MMA. Não acho que essa é a melhor maneira para manter os maiores talentos no esporte. Se fizesse um trabalho melhor, inclusive financeiro, não teria esse problema de atletas buscando outros caminhos.