O Congresso filipino rejeitou nesta terça-feira o pedido de impeachment contra a presidente Gloria Macapagal Arroyo, acusada de corrupção e fraude eleitoral. Apenas 51 deputados votaram a favor do impeachment, contra 158 votos contra e quatro abstenções.
Era preciso um mínimo de 79 votos para levar o processo de impeachment ao Senado. A oposição acusa a presidente de subornar os parlamentares, e vai entrar com um pedido na Suprema Corte, solicitando que o órgão investigue como membros do Congresso encaminharam o processo.
Milhares de pessoas tomam as ruas da capital filipina, Manila, logo depois do anúncio da decisão dos deputados. A manifestação se concentrou em frente ao prédio do Congresso, e pessoas gritavam pedindo pela renúncia da presidente.
"O povo filipino escreveu um glorioso dia na história [do país] quando, ao invés de forçar a saída de um presidente, escolheu mantê-lo por meio de voto, em um processo da democracia constitucional", disse Arroyo, em comunicado, fazendo referência a outros dois presidentes que deixaram o poder por conta da pressão popular: Ferdinand Marcos, em 1986, e Joseph Estrada, em 2001.
Escândalo
Forças de oposição filipinas pedem a saída de Arroyo após o escândalo deflagrado em maio passado, com a revelação de uma fita onde uma mulher --que supostamente seria a presidente-- aparece em conversas com um funcionário da comissão eleitoral do país, aparentemente "comprando" 1 milhão de votos para garantir sua vitória nas eleições presidenciais realizadas em maio de 2004.
Arroyo reconheceu publicamente que a voz na fita era dela, mas negou que tivesse cometido qualquer tipo de fraude eleitoral.
Essa não é a única acusação de corrupção enfrentada pela presidente filipina. No início deste ano, vários membros de sua família foram acusados de receber dinheiro proveniente de jogos considerados ilegais no país.