Comentando sobre origens e descendências

Por AOTP

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O ensino hoje de uma forma geral está repleto de resgates de histórias, lendas, mensagens, origens etc.

Mas o que realmente significa este resgate, estas origens?

Os ecos do passado perfazem o presente e garantem algumas direções para o futuro, não o definindo, mas orientando nossos passos em escolhas menos errôneas, jamais perfeitas, pois somos seres humanos.

Neste sentido, quando pensamos em países mistos, compostos por vários povos, raças e nações distintas, podemos observar com clareza que não temos uma raça pura, uma língua intocada, tão pouco um povo límpido e comum. Digo no sentido de uma homogeneidade, no sentido das formas, culturas e misturas que presenciamos ao longo da história real do ser humano.

Buscar raízes é entender como algo aconteceu de onde veio e o porquê de determinada forma. Falando em línguas, também temos a mesma situação e precisamos estudar sua forma, sua origem para entender o que temos atualmente.

Vamos pensar na Língua Inglesa, língua que segundo alguns é o idioma universal (será que o universo todo fala inglês?) e que podemos verificar seu início, suas origens.

O Old English foi a primeira forma conhecida do idioma, falada entre os séculos V e XI. Após este período ocorreu o que ocorre ainda hoje com muitos idiomas, ou seja, muitas coisas mudaram devido a falares e interferências de toda classe. Começou a florescer o Middle English, que prevaleceu sendo falado, usado e mantido entre os séculos XI e XVI. Atualmente, temos o Modern English, do século XVI aos dias atuais.

As mudanças não pararam ou deixaram de acontecer, pois a língua vai se moldando aos indivíduos, às mudanças de tempo e espaço e surgindo novos falares, novas adequações, novas realidade. Não estou dizendo que surgiu ou surgirá novas línguas, mas novas comunidade de fala, novas palavras, etc.

Com a Língua Portuguesa não foi diferente. Você sabia que o português é conhecido como a última flor do Lácio?

Isso está relacionado ao fato de que a língua portuguesa pode ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados da região italiana do Lácio, uma região histórica da Itália Central, na qual a cidade de Roma foi fundada e cresceu até se tornar capital do Império Romano.

Neste caso, constatamos ainda que após o latim se tornar português, isso a grosso modo dizendo, muitas mudanças ainda ocorreram, pois o português falado no Brasil não é o mesmo de Portugal ou o mesmo de algumas regiões da África, etc.

Podemos concluir que em cada local que se fala uma língua, sendo ela qual for, ela adquire cores próprias, costumes das pessoas e do lugar, não gerando uma língua nova, mas caracteres únicos.

Por isso, ao pensarmos em origens, é digno analisar todo seu contexto, toda sua magnitude antes de clamar por uma pureza (quase) impossível de se alcançar, já que a cultura carrega em seu cerne a força capaz de mudar, alternar, alterar, modificar, criar.