Muitos pais agem com inquietac?a?o, apatia, agressividade ou, ate? mesmo, indiferenc?a aos filhos. Essas sa?o maneiras to?xicas e comuns que aprendemos com as gerac?o?es passadas de reagir aos desafios comportamentais que nos desagradam nas crianc?as.
A indiferenc?a pode ser a pior delas, porque ser ignorado e? o pior deserto que um filho, ainda pequeno, poderia enfrentar.
Embora essas reac?o?es possam acontecer de forma automa?tica ou ate? mesmo inconsciente, sa?o imprescindi?veis o autoconhecimento e a construc?a?o de novas habilidades para responder aos comportamentos desafiadores das crianc?as.
Tem uma sa?bia frase de Rudolf Dreikurs, que resume esse processo de aprendizado, e que precisamos compreender:
"Assim como as crianc?as precisam de treinamento, os pais tambe?m precisam ser treinados. O treinamento consiste em aprender novas respostas a?s provocac?o?es das crianc?as, e que pode levar a novas atitudes e abrir novos caminhos onde florescem relacionamentos harmoniosos".
O autoconhecimento so? nos traz benefi?cios. Quando somos humildes e capazes de reconhecer que sempre teremos muito a aprender, sai?mos do papel de "sabe-tudo" e impactamos positivamente todas as relac?o?es ao nosso redor. Pais sem autoconhecimento normalmente deixam muita culpa e dores emocionais como um legado para os seus filhos, porque acabam transferindo suas dores inconscientes a seus descendentes.
Algo que e? comum na rotina de inu?meras fami?lias e? quando, no final do dia, os pais chegam em casa e depositam nos filhos todas as frustrac?o?es e angu?stias do longo dia de trabalho. Todo sentimento de tensa?o, insatisfac?a?o e ansiedade acaba sendo descarregado na primeira atitude que a crianc?a manifesta ao solicitar uma atenc?a?o ou exigir um cuidado especi?fico natural da infa?ncia.
Crianc?as necessitam de atenc?a?o e do cuidado amoroso dos pais, sem isso elas crescem em um deserto emocional que sera? levado para a adolesce?ncia e a? vida adulta. Por isso, e? ta?o importante estarmos conscientes do que somos, do que sentimos, e aprender a separar o que e? nosso do que e? dos nossos filhos.
Se esta? insatisfeito com o trabalho, fac?a algo para mudar essa realidade, mas na?o "desconte" sua dor em quem na?o tem nada a ver com suas escolhas.
Voce? consegue imaginar como uma crianc?a que chora - porque na?o esta? achando seu brinquedo perdido entre os outros no cha?o de seu quarto - se sente ao ver o pai gritando pela irritac?a?o de seu choro, descarregando toda sua angu?stia daquele dia de trabalho?
Esse pai provavelmente na?o enxerga a necessidade emocional de seu filho, porque se encontra imerso em sua inconscie?ncia. Enta?o, em vez de acolher essa crianc?a que passou o dia longe e precisa de afeto, ele prefere afasta?-la com seus gritos e rotula?-la de terri?vel, chorona ou geniosa.
Qual a visa?o que a crianc?a fica por querer atingir seus objetivos e se sentir impotente? A interpretac?a?o feita por ela sera? "eu na?o devo ser uma pessoa boa", "ningue?m gosta de mim", "na?o sou importante", "na?o tenha desejos", "ter vontades incomoda e importuna os outros".
Imagine o resultado de uma crianc?a ser tratada assim, dia apo?s dia, durante anos?
Compreender o impacto de nossas atitudes é necessário para que possamos perceber como as próprias angústias impactam a relação com os filhos. Cabe a no?s, adultos, darmos o primeiro passo para mudar nosso comportamento, pois, como pais, somos o principal exemplo dentro da família.